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De: percheiro (Mensaje original) |
Enviado: 17/08/2008 03:30 |
Caminito era um dos meus tangos preferidos, e vou te contar uma coisa. Quando fiz 18 anos tinha um amigo um verdadeiro irmão, tinha ido fazer uma comissão a Moçambique a bordo do Navio Niassa, e por lá ficou uns anos como furriel miliciano. Ficamos bons amigos, tudo que eu pedia, ele me fazia, quando fiz os anos os meus amigos resolveram fazer-me uma festa no Clube Ferroviário, e me ofereceram um lindo vestido de noite. Nessa altura ainda conseguia caminhar alguns passos e me mantinha de pé na janela muito tempo, ent찾o quando o baile come챌ou, já tinham combinado, ele o Tino me veio buscar, e colocando os meus pés sobre os dele conseguimos dan챌ar o tango Caminito! Foi um momento único na minha vida, e ainda hoje adoro ver dan챌ar, e sempre me imagino dan챌ando. N찾o fiquem já a pensar que estou a chorar, nada disso, apenas recordei momentos lindos da minha juventude que n찾o sendo das mais felizes, por motivos de saúde, conseguiram ser muito bons, e ainda hoje ao olhar esta juventude penso como s찾o tristes os nossos jovens, n찾o aproveitam nada, é uma pena, eu n찾o faltava a festa nenhuma, trabalhava mas aproveitava sem grandes gastos (como hoje fazem), e divertia-me. Enfim, recordar é viver, e eu recordo sempre os belos e menos belos momentos vividos. Estava ouvindo a rádio quando tocou este tango, e então fechei os olhos e vi tudo novamente, como foi bom esse tempo! S찾o Percheiro |
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De: misabelantunes1 |
Enviado: 17/08/2008 15:17 |
S찾o, Que bonita a tua crónica de hoje! Escuta aqui, Caminito, enquanto te digo que, o gesto do teu amigoTino me sensibilizou, imenso. Imaginei-te, de vestido de noite e pelas fotografias que, já vi, estarias linda de morrer! Tal como tu, tenho recorda챌천es de militares portugueses que, estiveram em Mo챌ambique e algumas histórias engra챌adas que, contaria aqui se tivesse tempo. A propósito de dan챌ar o tango, nunca esqueci que, ao tentar ensinar um alentejano que, dizia só saber dan챌ar modinhas, lá da terra dele, levei tanta pisadela que , a certa altura, deixei escapar um "p... portugal" e ele respondeu-me: - Menina, diga arroz que tem dois erres. Beijinhos. Isabel |
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De: espadinha1940 |
Enviado: 17/08/2008 19:32 |
Isabel, Gostava de ter assistido a esse tango com um alentejano de pés de chumbo... Espadinha |
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De: misabelantunes1 |
Enviado: 17/08/2008 20:50 |
Espadinha, Olha que, n찾o era assim, t찾o pés de chumbo! Nunca acertamos o passo, a dan챌ar o tango, recusava o rock e o twist dizendo que, n찾o lhe faziam "a ceifa", mas era um par, divertido, para o "clube italiano" , o disco mais tocado nos bailaricos da Angónia. Nunca esqueci a chegada dos primeiros militares, portugueses, à minha terra. Mal saltaram das viaturas, abraçaram-se, numa roda e cantaram ao seu Alentejo distante... Um beijinho. Isabel |
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De: mayra1950 |
Enviado: 17/08/2008 21:54 |
S찾o, Como em um vídeo, "assisti" a todo teu bailado! Lindo e emocionante. Isabel, Realmente "arroz" é com dois erres...dependendo do sotaque! Essa eu aprendi e quando houver ocasião lembrarei que a terapia do palavrão é óptima, principalmente se for assim "camuflado"... Beijinhos as duas e também um para o Espadinha, Mayra |
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De: misabelantunes1 |
Enviado: 17/08/2008 22:58 |
Mayra, Na verdade, n찾o tenho o hábito de dizer palavr천es, nem sequer camuflados, mas que um p... com dois erres tem um efeito espantoso, quando já ultrapassei todos os meus limites, podes acreditar. E n찾o te espantes se te disser que, algumas pessoas amigas me dizem que, ganho aos chineses, em termos de paci챗ncia. Beijinhos, fiel companhia no Café Zambeze. Isabel |
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De: espadinha1940 |
Enviado: 18/08/2008 01:25 |
Isabel, Um dos meus companheiros de comissão militar em Tete, infelizmente já falecido, era alentejano, como eu. Cultivava o cantar "à alentejana" de uma maneira extraordinária. Um dia, junto ao Zambeze, ele cantou as "modas" mais tradicionais do Alentejo. Depois, olhou para nós e disse: - Vai ficar na memória de todos voc챗s que alguém cantou a música alentejana nas margens do Zambeze. Quando ele faleceu, há perto de dois anos, cantou-se "à alentejana" no seu funeral. Isso e o episódio do Zambeze, que ele protagonizou, marcaram-me para sempre. Quando os recordo, fico extremamente comovido. à assim a alma alentejana. Espadinha |
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De: misabelantunes1 |
Enviado: 18/08/2008 03:01 |
Espadinha, Tal como o cantar alentejano dos militares portugueses, a tua história impressionou â me imenso. Ã linda e comovente! Gostaria de ter escutado o teu amigo, na margem do Zambeze, desabafando a saudade do Alentejo e fiquei surpreendida com a sensibilidade de quem, dele se despediu, assim. Fiquei a conhecer, melhor, a “alma alentejana”! Um beijinho. Isabel
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