Negócios lentos na lusofonia
No estudo "Doing Business" ("Fazer Negócios") 2009 do Banco Mundial, Cabo Verde, que era o mais bem posicionado país da África lusófona no ano passado (137.º num total de 181), baixou seis posições.
Países africanos lusófonos como Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Angola continuam entre os piores do mundo para fazer negócios, juntamente com Timor-Leste, revela um estudo divulgado pelo Banco Mundial. No estudo "Doing Business" ("Fazer Negócios") 2009, que avalia a facilidade da actividade empresarial em procedimentos como a abertura de empresas ou pagamento de impostos, a única variação significativa entre os países lusófonos foi registada por Cabo Verde, que perdeu seis posições em relação à anterior listagem, surgindo na 143ª posição entre 181 países. Alterações no enquadramento laboral consideradas prejudiciais às empresas deram o principal contributo para esta descida daquele que era o mais bem posicionado país da Ãfrica lusófona no ano passado (137.º), de acordo com o relatório divulgado quarta-feira nos Estados Unidos. Registo de propriedade, pagamento de impostos e cumprimento de contratos foram as únicas melhorias para Cabo Verde, entre os dez itens ava
liados pelos economistas do Banco Mundial. Os indicadores considerados avaliam ainda o tempo e custos de início e operação de um negócio, procedimentos relacionados com o comércio internacional, pagamento de impostos e encerramento de actividade. Não são consideradas áreas como a política macroeconómica, qualidade de infra-estruturas, volatilidade cambial, percepções dos investidores ou crime. No ano passado, Moçambique foi dos países mais elogiados pelo Banco Mundial, mas este ano perdeu duas posições, para o 141.º posto. Surge, contudo, entre os mais reformadores, com três medidas consideradas bem sucedidas (início de actividade, protecção de investimentos e cumprimento de contratos). A Ãfrica sub-saariana é, de longe, a pior região em termos de actividade empresarial e o ímpeto reformador é muito inferior ao registado pelos países da Ãsia Central ou da Europa de Leste, sublinha o Banco Mundial. Gana e Quénia são os dois únicos países que tiveram direito a lugar no grup
o dos dez mais reformadores. Quanto à Guiné-Bissau, manteve-se no antepenúltimo lugar geral (179.º), atrás de São Tomé e Príncipe e de Angola, que ganharam ambos uma posição, respectivamente para 176.º e 168.º. Angola melhorou principalmente no início de actividade (20 posições, para 156.º) e nas licenças de construção (nove posições), mas a evolução em quase todos os outros indicadores foi negativa, principalmente na obtenção de crédito (menos cinco posições, 84.º geral).O Banco Mundial não identificou no ano passado qualquer reforma positiva para a actividade empresarial angolana. Perto de Angola (170ª posição) surge Timor-Leste, sem alterações em relação ao anterior estudo. O Brasil ganhou uma posição, para o 125.º lugar, enquanto Portugal caiu cinco posições, para o 48.º posto, atrás da Roménia e à frente da Espanha. O grupo dos dez melhores países do mundo para negócios manteve-se praticamente sem alterações, com Singapura e Nova Zelândia a liderarem.
Quinta-feira, 11 de Set de 2008
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