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POESIA: Maria do Rosário Pedreira
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De: manuelnhungue (Mensaje original) |
Enviado: 26/09/2008 01:22 |
olá Manuel Nhungué Vai um poema se alguem conseguir declamá-lo é lindo deixo nas suas m찾os um abra챌o francisco ant천nio Maria do Rosário Pedreira Mãe, eu quero ir-me embora – a vida não é nada daquilo que disseste quando os meus seios come챌aram a crescer. O amor foi t찾o parco, a solid찾o t찾o grande, murcharam tão depressa as rosas que me deram – se é que me deram flores, já n찾o tenho a certeza, mas tu deves lembrar-te porque disseste que isso ia acontecer.
Mãe, eu quero ir-me embora – os meus sonhos estão cheios de pedras e de terra; e, quando fecho os olhos, só vejo uns olhos parados no meu rosto e nada mais que a escurid찾o por cima. Ainda por cima, matei todos os sonhos que tiveste para mim – tenho a casa vazia, deitei-me com mais homens do que aqueles que amei e o que amei de verdade nunca acordou comigo.
Mãe, eu quero ir-me embora – nenhum sorriso abre caminho no meu rosto e os beijos azedam na minha boca. Tu sabes que n찾o gosto de deixar-te sozinha, mas desta vez não chames pelo meu nome, não me peças que fique – as lágrimas impedem-me de caminhar e eu tenho de ir-me embora, tu sabes, a tinta com que escrevo é o sangue de uma ferida que se foi encostando ao meu peito como uma cama se afei챌oa a um corpo que vai vendo crescer.
Mãe, eu vou-me embora – esperei a vida inteira por quem nunca me amou e perdi tudo, até o medo de morrer. A esta hora as ruas estão desertas e as janelas convidam à viagem. Para ficar, bastava-me uma voz que me chamasse, mas essa voz, tu sabes, não é a tua – a última canção sobre o meu corpo já foi há muito tempo e desde ent찾o os dias foram sempre t찾o compridos, e o amor t찾o parco, e a solid찾o t찾o grande, e as rosas que disseste um dia que chegariam vir찾o já amanh찾, mas desta vez, tu sabes, n찾o as verei murchar.
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De: manuelnhungue |
Enviado: 26/09/2008 15:56 |
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De: manuelnhungue |
Enviado: 26/09/2008 15:56 |
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De: misabelantunes1 |
Enviado: 27/09/2008 02:24 |
Um poema muito bonito, com uma mensagem, demasiado forte, para que eu conseguisse declama-lo. Parabéns à Guida, pela coragem de o fazer e pela forma como o fez. Beijinhos. Isabel |
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