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Horas a fio à espera na fila do desemprego
Centro de Emprego assiste cerca de 300 mil habitantes
O Centro de Emprego de S. Jo찾o da Madeira está a rebentar pelas costuras. Quem ali recorre passa horas em filas, desde madrugada, para ser atendido. Funcionários e servi챌os est찾o no limite perante a avalanche de solicita챌천es.
Quer faça sol ou chuva, o cenário repete-se todos os dias, semana após semana, mês após mês. Dezenas de pessoas chegam às primeiras horas da madrugada ao Centro de Emprego (CE) de S. João da Madeira e aguardam horas a fio para serem atendidas. É que, trata-se do único CE para uma população de cerca de 300 mil habitantes, dos municípios de S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Arouca, Vale de Cambra e Castelo de Paiva, com um total de cerca de 11 mil desempregados.
Encostadas à fachada do edifício, numa extensa fila, esperam pacientemente pelo momento de abertura daquele serviço, às 9 horas, altura em que é distribuída uma senha que lhes permite o atendimento. O grosso das deslocações verifica-se a partir das 6 horas, mas não há semana em que não se verifiquem casos de pessoas que ali estão desde as duas horas, pernoitando entre a parede do edifício e uma deslocação ao interior do carro parado em frente, enquanto um familiar ocupa a sua vez na fila.
"Isto não tem jeito nenhum", desabafavam, ontem, Ivan e Nuno Ribeiro, dois jovens desempregados que ali se encontravam desde as seis horas. "Devia haver melhores condições para não estarmos ao sol e à chuva", reivindicavam.
Opini찾o partilhada por Cristina Silvestre, uma professora desempregada, natural de Vale de Cambra, que, pelas 8 horas, já se encontrava na fila na companhia do bebé de quatro meses, numa altura em que chovia intensamente. "Tenho que estar aqui várias horas e sem ter a certeza se sou atendida", referia a docente para quem aquela situa챌찾o "n찾o tem lógica nenhuma". "Deveriam encontrar uma forma de resolver O problema", concluiu.
A directora do Centro de Emprego, Teresa Correia, conhece a situação e diz-se "incomodada" com estes episódios. Realça que todos os funcionários estão já a trabalhar "no limite" e muito para além do normal horário de laboração, para darem resposta às solicitações. Lembra que, diariamente, são atendidas cerca de 300 pessoas e faz questão de referir que todas as pessoas que chegam até às 9 horas não vão embora sem ser atendidas. Mas confirma que a espera pode ser longa.
Teresa Correia garante que as dificuldades sentidas no servi챌o foram já comunicadas superiormente, esperando, agora, uma resposta. Na sua opini찾o, o problema poderá ser minimizado com a disponibiliza챌찾o de um espa챌o mais amplo para acolher os servi챌os e a disponibilidade de mais meios humanos. "Estamos num esfor챌o enorme e ", concluiu Teresa Correia.
SALOMÃO RODRIGUES JN