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De: isaantunes (Mensagem original) |
Enviado: 30/11/2008 19:43 |
http://dn.sapo.pt/2008/11/30/internacional/songo_a_vida_torno_um_gigante_energe.html
Songo: a vida em torno de um gigante energético PATRÍCIA VIEGAS enviada ao Songo
Moçambique. Um ano depois de os moçambicanos terem assumido o controlo de Cahora Bassa, a vila que nasceu para servir a barragem celebrou a data. E se alguns dos seus 15 mil habitantes não estão felizes com o isolamento a que estão sujeitos, outros, como o dono do restaurante O Teles, apreciam-na
Número de portugueses está hoje resumido a 15
Embondeiros, palhotas, cabritos, muitos cabritos, que como as pessoas caminham despreocupadamente no meio da estrada e tornam-se invisíveis com o cair da noite e a ausência de electricidade. Cento e cinquenta quilómetros mais tarde e já no cimo de um planalto subido a pique este cenário altera-se de forma radical. No Songo, vila da província do Tete, no centro de Moçambique, há passeios, casas, relvados, piscinas, bombas de gasolina, restaurantes e, sobretudo, electricidade. Não fosse este o berço da famosa central hidroeléctrica de Cahora Bassa.
Aqui a vida girava e gira ainda muito em torno do gigante energético, embora de forma diferente porque o contexto político, económico e demográfico foi mudando até o empreendi- mento passar de vez para os moçambicanos. O que aconteceu em 2007, quase 40 anos depois de os portugueses terem começado a erguer a barragem no rio Zambeze.
"O Songo não tinha nada e a Hidroeléctrica de Cahora Bassa foi tudo", diz Orlando Carrilho, um dos poucos trabalhadores portugueses que ainda estão aqui, pois o número reduziu-se de 500, nos anos 80 e 90, para os actuais 15. "Isto é muito diferente do resto de Moçambique, há electricidade, os trabalhadores têm casas, nos bairros Norte e Sul da vila, que são da empresa, tal como a mobília", refere, explicando que as habitações estão divididas em categorias que vão da letra A à T. As que pertencem à administração da empresa são as melhores. "Aqui as ruas não têm nome, só letras e números, sempre foi assim, só agora querem mudar", explica o vizinho, Raul Torcida, um dos muitos trabalhadores moçambicanos. Ao contrário de Orlando, que só chegou em 1981, Torcida veio em 1972. O que aconteceu antes da independência marcou o Songo, mas muito mais o marcou a guerra civil.
"Esta zona estava cercada por minas, era intocável, as pessoas fugiam para aqui. Nunca faltou segurança e nunca dormi fora de casa por causa da guerra", garante Torcida, de 56 anos, natural de Boroma, também no Tete. O isolamento, sublinha, era o preço a pagar. "Só podíamos sair de avião, não de carro, ninguém podia entrar sem revista. Isto era tão isolado que quando soube que o meu pai tinha morrido num acidente demorei dois dias a confirmar que, afinal, era mentira", exemplifica Orlando, de 55 anos, lisboeta, contando que muitos técnicos jovens não aguentam viver aqui. Mesmo ele e o vizinho não estão certos de quererem acabar os seus dias nesta espécie de oásis no deserto.
Quem não pensa bem assim é Manuel Teles, lisboeta que detesta Lisboa, dono d'O Teles, o restaurante que ocupa o antigo Centro Social dos Trabalhadores. Apesar de odiar aquele isolamento, que era forçado, o empresário gosta do isolamento, opcional, que o Songo hoje proporciona. "Isto esteve fechado até depois da independência e só quando o assunto foi levado ao Parlamento é que se passou da categoria de estaleiro, onde ninguém mexia, para vila. Aí algumas pessoas, como eu, puderam construir habitação própria,", diz o empresário, de 59 anos, que chegou à HCB em 1989.
Apesar de toda a evolução da vila, que tem hoje 15 mil habitantes, e da existência de outras actividades como a pesca do Tigre e Kapenta, as autoridades moçambicanas querem mantê-la direccionada para Cahora Bassa e projectos de energia. "Decidiu-se mudar a capital do distrito de Cahora Bassa do Songo para Chitima. E gradualmente queremos que as comunidades desçam para aí e que fique apenas a população crítica para as actividades de Cahora Bassa", explicou o governador da província de Tete, Ildefonso Muananthata, garantindo que o objectivo é "criar aqui um ambiente estudantil, de formação, ligado às energias". Quer-se voltar ao tempo do estaleiro, sim, mas um estaleiro livre.
A jornalista viajou a convite da Hidroeléctrica de Cahora Bassa
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De: isaantunes |
Enviado: 30/11/2008 19:44 |
Pois, não aceto com a cor da letra ... |
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De: shanti593 |
Enviado: 30/11/2008 20:58 |
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De: shanti593 |
Enviado: 30/11/2008 20:58 |
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De: isaantunes |
Enviado: 30/11/2008 21:05 |
São,
Melhor assim, já não estamos sós...
Beijinhos.
Isabel |
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