Eles se viam ao longe e já se imaginavam dançando juntos, e se amavam. Admiravam o contraste recíproco dos gestos doces, para a bailarina, e ele para seu par, ansiavam por aquele momento, por dançar juntos um dia. Soavam os primeiros acordes musicais, os violinos choravam naquele que seria seu primeiro ensaio
como bailarinos.
A sala estava completamente cheia, ele muito nervoso subiu ao palco, fácilmente se notava a cor macilenta do rosto, e o tremor das mão que iriam suster a bailarina dos seus sonhos!
De súbito despreparado e sem vigor necessário para uma dança como aquela com a amada dos seus sonhos desespera mas não lhe disse nada, e levou adiante seus movimentos. A bailarina, no entanto, sentiu a hesitação do seu par, diante disso, ela se viu invadida por um ímpeto de raiva pensando que ele não partilhava do seu sonho de dançarem juntos, e não se furtou a continuar a dança, antes quis intensificá-la como se para o castigar lançando-se com fúria na direcção do bailarino com a furia estampada no rosto para que ele a tomasse nos braços e a transportasse pelo ar. Assustado com tamanha raiva estampada no rosto da parceira em sua direção, o bailarino se sentiu fraquejar, ficou ainda mais pálido se isso era possível, suas mãos tremiam tanto que não pôde erguê-la com toda a graciosidade, mas a conteve com as mãos estendidas, interrompendo por isso toda a promessa de movimento conjunto. Tão rápido quanto começou, o ensaio estava terminado.
Ela triste confessou que não poderia ter agido diferente, ao sentir a insegurança do seu par para continuar dançando com leveza. Triste o jovem bailarino jurou a si mesmo que jamais dançaria com ela novamente. Ela acha que ele
apenas não a desejava como ela a ele, e ele crê que ela não poderia ter saltado para ele daquele jeito, e assim o sonho daqueles dois jovens que se amavam de longe se separaram sem compreenderem exatamente onde teria estado o drama. Ainda se admiram e se amam ao longe, mas já não sonham dançar juntos, ele ainda treme as mãos de nervoso, ela teme ser deixada no chão como uma mariposa quando queria voar em seus braços, para o pais dos sonhos, e assim seu sonho de amor acabava ali no bailado que quase acabara em drama!
São Percheiro (em cima do joelho)