Ai a casa da Mariquinhas... Se bem me lembro era uma espécie de casinha toda ela enfeitadinha, e de varias cores pintada, e onde por tudo e por nada, a altas horas da noite os rufias se pegavam á pancada. Então elas vindas não sei de onde se encostavam ás sacadas das janelas enfeitadas, e por alguns trocados, na mistura com os fados iam cantando seu fado, por vezes bem mal fadado!
Era assim a casa da Mariquinhas, toda ela enfeitada de tabuínhas onde nas noites de farra ao trinar de uma guitarra, se fazia ouvir o fado... E assim no fadar do seu destino, o cantar bem choradinho da mulher da vida que perdida, perdia a noite na vida, nessa vida sem destino por um destino qualquer, ela se tornava numa mulher qualquer, da vida que um dia encotrara ao descer de uma viela, aquela casa amarela toda ela enfeitadinha com uma placa á porta onde dizia " A casa da Mariquinhas"...
São Percheiro