A vida é mesmo um palco, e a fita ia começar, os actores se estavam fantasiando de estrelas que iriam brilhar para toda aquela sala, aquela gente... Que importância tinha se por dentro de toda aquela fachada estavam chorando, se sua alma estava em estilhaços... eles eram apenas os actores os palhaços, e tudo tinha de dar certo.
A bilheteira tinha esgotado, a sala repleta, havia de tudo, os que apreciavam, os que apenas iam por senobismo, e outros até para dormitar depois de uma noite de aventuras, e os outros... quem sabe um concontro marcado!
O primeiro dia tinha sido um fiasco, o papel tinha sido estudado mas o actor não estava ali, e as lágrimas se misturavam com a pintura, era apenas uma borradela da mais barata aguarela, porque ela não estava ali naquele palco, seu coração estava com o filho muribundo, mas ela sorria e sorria, debaixo de toda aquela mascara borrada, porque ela tinha de ali estar no palco representando, enquanto aplausos e assubios se misturavam, ela estava ali bebendo de um trago o cálice até ao fim, até que o pano corresse e ficasse enfim só...
São Percheiro
Argomento precedente
Primo 