Homejacking' provoca reunião de emergência
VALENTINA MARCELINO DN
Insegurança. O Gabinete Coordenador de Segurança esteve reunido de emergência para definir estratégias de combate aos assaltos violentos a residências. A reunião aconteceu na quinta-feira, após as forças de segurança reconhecerem que este crime aumentou, sobretudo no Grande Porto e Algarve
O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes, convocou uma reunião de emergência na passada quinta-feira, do Gabinete Coordenador de Segurança para definir estratégias de combate ao homejacking - assaltos violentos a residências com os moradores lá dentro. O aumento deste crimes, principalmente na zona do Grande Porto e Algarve, está a preocupar as polícias que querem avançar com medidas e prevenção.
Neste gabinete, presidido pelo juiz conselheiro Mário Mendes, estiveram todos os dirigentes máximos das forças de segurança e dos serviços de informação: o secretário-geral do Sistema de Informação, Júlio Pereira, os directores nacionais da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, da PSP, Oliveira Pereira, do SEF, Manuel Palos, e ainda o comandante-geral da GNR, Nélson Santos.
Esta foi a primeira reunião de emergência do gabinete criado em Agosto do ano passado - um órgão de assessoria e consulta para a coordenação técnica e operacional da actividade das forças e dos serviços de segurança, funcionando na directa dependência do ministro da Administração Interna. Todos estiveram de acordo quanto à necessidade de organizar uma campanha de prevenção, com um conjunto de medidas que as pessoas devem tomar para não facilitar a entrada de criminosos nas suas casas.
Durante o encontro, ficou decidido que os chefes das polícias irão dirigir e coordenar os esforços para a investigação criminal, bem como para os avisos de prevenção à população. A reunião serviu igualmente para diagnosticar o modus operandi do casos de homejacking, que aponta para uma criminalidade grupal organizada e com uma grande capacidade de mobilidade por todo País. "Já houve, por exemplo, um caso em que o mesmo grupo que assaltou uma casa em Cascais de manhã, foi depois identificado a assaltar outra em Gaia, à tarde", explicou fonte policial
Mas, apesar da maior incidência no Norte e Sul do País, o homejacking não é um fenómeno exclusivo do Grande Porto e da região algarvia. Nos últimos seis meses, a directoria da P J de Lisboa registou nos últimos seis meses 58 assaltos à mão armada a casas particulares. Na maioria dos casos, os assaltantes planeiam o roubo ao pormenor, vigiando as habitações e estudando os hábitos de vida dos moradores. Segundo fontes policiais, há cada vez mais situações em que os ladrões actuam de madrugada, com os moradores a dormir. Entram nas habitações e, só quando são surpreendidos, é que recorrem à violência.
Embora ainda não existam dados estatísticos, este novo fenómeno da criminalidade assumiu maior importância após o caso de Domingos Paciência, o treinador da Académica, cuja mulher e os três filhos estiveram a 17 de Janeiro sequestrados num quarto da casa da família, em Leça da Palmeira. Este crime, pela sua mediatização, causou algum alarme social, aumentando o sentimento de insegurança e, por isso, o secretário--geral de Segurança Interna, entendeu ser preciso tomar medidas urgentes. |
Com KÁTIA CATULO