Mariano Gago falava num debate dedicado ao tema Educação e Investigação, no âmbito do colóquio "Pilares da Estratégia Nacional", promovido pelo Instituto da Defesa Nacional, em Lisboa.
O governante afirmou ainda que Portugal foi, dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), aquele que mais cresceu em termos de níveis educacionais. "Os cidadãos que na faixa dos 55-64 anos completaram o ensino secundário situa-se na casa dos 10%. Da faixa dos 25-34 anos, essa percentagem sobe para os 30", exemplificou o ministro.
Orador na mesma palestra, David Justino, ex-ministro da Educação, defendeu que "em vez de andarmos a projectar tendências, devíamos estar a discutir que educação queremos para daqui a 15 ou 20 anos, caso contrário, estaremos sempre a colar cacos".
Este professor associado da Faculdade de Ciências Socias e Humanas da Universidade Nova de Lisboa considera que é imperativo traçar o perfil de formação necessário dentro de um ou duas gerações para só então decidir que alterações devem ser introduzidas no sistema educativo. "Caso contrário, andamos a formar não sabemos para quê", criticou.
Já Veiga Simão, antigo ministro da Educação Nacional, sublinhou que "a educação é o alimento da liberdade e da igualdade de oportunidades. E esta é a essência da democratização e da cultura do ensino".
O ex-governante frisou aida que "formar para a empregabilidade não deve poder associar-se a mão-de-obra qualificada disponível e barata".