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Se querem contactar com a tradição carnavalesca mais genuína, venham a Lazarim". Desafio em jeito de convite de Norberto Castro, presidente da junta de freguesia desta terra de Lamego, que as máscaras em madeira de Amieiro puseram no mapa dos principais eventos do Entrudo em Portugal.
De hoje até terça-feira, são quatro dias de animação garantida, com ponto alto no dia de Carnaval. "Para além dos caretos pretendemos mostrar a quem nos visita as nossas tradições", assegura. E há outros eventos "para rentabilizar a festa e melhorar as condições de vida da população": uma feira de artesanato e produtos regionais, tasquinhas gastronómicas e muita animação. A ideia é que o turista que opte pelo Carnaval de Lazarim tenha sempre em que se entreter e até possa partir à descoberta de Lamego e do próprio Douro.
Terça-feira convém ir cedo. Virgílio Lopes, da Progestur, que organiza o evento, está convencido que "se o tempo estiver bom, vai haver grande enchente, mas vai valer a pena".
A confusão há-de ser grande e, quem chegar primeiro, melhor lugar apanha para o grande espectáculo do ajuntamento de uma boa meia centena de mascarados e para o despique satírico, atulhado de escárnio e maldizer, entre rapazes e raparigas, desnudadas as fraquezas e defeitos de uns e de outros, ali mesmo, na praça principal, à frente da multidão cuja contabilidade ainda é difícil de fazer. "Só sei que são uns milhares", confessa Norberto Castro.
Nas últimas semanas houve artesãos que passaram serões a tratar da fabricação das máscaras. Troncos brutos do mole amieiro que à força de enxó, goiva e martelo, tornaram a imaginação do homem em diabos cornudos, senhorinhas e bruxas.
O guarda-florestal, Rui Pinto, 33 anos, estreou-se este ano. Arriscou na criação de um chifrudo que leva um sardão na cabeça. "Custa muito fazer isto. Se cortamos um pouco mais é preciso corrigir e já não fica como queremos".
Por isso os cornos da máscara não ficaram iguais.
Nada que o desiluda, não obstante as quatro horas por cada noite das últimas duas semanas gastas na empreitada. E vai ser o filho que terça-feira sairá à rua com a máscara posta. "Prometi-lha", justifica o pai.
Rui aprendeu com José Costa, ou Costinha, como é mais conhecido o carpinteiro da terra. Está bom de ver que por experiência do seu mister mais rápido os paus dão carantonhas. "A madeira tem vários sentidos de corte", atesta, enquanto desenha a bruxa a golpes de goiva. "Um toque com mais força e lá se vai o nariz".
Fez cinco caretas para este ano. A bruxa vai para 250 euros e as dos cornos grandes para 225. É um extra. Os chifrudos de Adão Castro vão ser vendidos a 350 euros. "Dois já estão encomendados".
: 15 horas - Animação com os caretos e o grupo Tok'avakalhar. Patuscada de porco.
: 15 horas - Desfile etnográfico; grupos de concertinas.
: Animação de rua e tasquinhas.
: 14 horas - Desfile de caretos, leitura de testamentos, concurso de máscaras.
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