São Paulo, 05 Mar (Lusa) - O Instituto do Coração de São Paulo trasplantou quarta-feira um segundo coração a um paciente de 53 anos que sofre de diversos problemas cardíacos, passando o doente a ter o novo órgão do lado direito do peito.
O paciente tem uma miocardiopatia dilatada - que causa um aumento do músculo do coração, reduzindo a sua força para bombear o sangue - e sofre de hipertensão pulmonar, sendo o seu estado, na sequência da intervenção, considerado estável.
Os médicos decidiram conservar o coração original para assegurar a elevada pressão do sangue nos pulmões, cabendo ao órgão transplantado a função de bombear o sangue para o resto do corpo.
Segundo a equipa que realizou a operação durante 12 horas, os dois órgãos ficaram ligados por um tubo mas, com o tempo, o coração novo - pertencente a um rapaz de 26 anos que morreu num acidente viário em Sorocaba, no interior de São Paulo - assumirá as funções dos dois.
O beneficiário do transplante, que ficou quatro meses em lista de espera por um doador compatível, está sedado e a sua circulação sanguínea faz-se com auxílio mecânico, sendo as 72 horas posteriores à cirurgia consideradas "críticas" para comprovar o funcionamento dos dois corações e o restabelecimento da pressão arterial.
Em 30 anos, foi a sexta vez que o Instituto do Coração de São Paulo procedeu a uma intervenção deste tipo, cujo risco é muito maior do que um transplante clássico.
HSF.