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notcias: NOTÍCIAS QUE ENTRISTECEM - 29 “óbitos” na cadeia provincial de Tete
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De: nhungue (Mensaje original) |
Enviado: 01/04/2009 14:09 |
De Janeiro a Março de 2009 | | 29 “óbitos” na cadeia provincial de Tete | | “O Ministério Público deve urgentemente fiscalizar a legalidade dos actos praticados nesta cadeia e punir exemplarmente os agentes infractores, com especial acuidade para as agressões e assassinatos denunciados”– Relatório da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH) sobre a Cadeia Provincial de Tete | | – Com o objectivo de se inteirar sobre a situação prisional da província de Tete, a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH), em visita efectuada pelo Centro de Paralegais de Tete (CPT), foi deparar-se com informações de fazer bradar os céus: a cadeia provincial de Tete com capacidade para albergar 90 reclusos, à data da visita – 27 de Março último – tinha 866 reclusos. Deste número, 732 dos internos (oito vezes mais que a sua capacidade), encontravam-se em regime fechado no interior da cadeia e os restantes foram distribuídos para as brigadas de produção de Chingodzi, Chioco, Chizolomondzo e Nhadziboa. Do total dos reclusos, diz a LDH “422 eram condenados e 444 detidos”, e estes dormem em cada cela entre 60 a 90 reclusos, “mais de quatro a cinco vezes que a sua capacidade”. Derivado da tal situação, com índices de surrealismo gritante, as doenças tomaram conta dos reclusos e entre 18 de Janeiro e 18 de Fevereiro “houve 55 casos de cólera na cadeia, com 7 óbitos devido a esta doença”. De Fevereiro a Março registaram-se mais 22 óbitos derivados de várias enfermidades, com destaque para anemia “totalizando assim 29”.
Torturas
Neste documento a LDH avança que algumas mortes derivam de torturas a que o chefe de permanência e seus subordinados “sem ao menos levar as vitimas ao hospital ou levando muito tarde ao tratamento, por vezes faltando minutos para a morte dos mesmos” acabaram por suscitar. A LDH apurou que as arbitrariedades descritas acontecem com frequência e quase sempre na ausência do director e do seu adjunto “no período depois das 15 horas até a hora da abertura da administração da cadeia aos fins-de-semana”. À LDH, os reclusos entrevistados queixaram-se de várias formas de tortura e tratamentos cruéis a que são submetidos. Destacaram a “obrigação de simular o acto sexual, por mais de 1 hora, num pneu que se encontra no interior da cadeia e caso o recluso se cansar de gesticular é torturado; Agressões com recurso a um cabo eléctrico subterrâneo de cobre, revestido de borracha; Obrigação de caminhar de cotovelos e de joelhos como se fossem animais quadrúpedes, e sempre que tocam o chão com o braço ou dedos nas pernas são chambocados nas costas e nos músculos das pernas com o dito cabo subterrâneo…” entre outras barbaridades.
Recomendações
Como medida urgente para se por cobro à onda de desvario que tomou conta dos agentes da chamada “Lei e Ordem” em serviço na Cadeia Provincial de Tete, onde o desvalor pela vida e dignidade humana é hoje um denominador preocupante, sendo a tortura e a morte as principais formas de manifestação desse desprezo, deixando morrer até reclusos que poderiam ser tratados no posto de saúde interno, a LDH exige que “o Ministério Público deve urgentemente fiscalizar a legalidade dos actos praticados nesta cadeia e punir exemplarmente os agentes infractores, com especial acuidade para as agressões e assassinato denunciadas.” A LDH nas várias recomendações que produz no seu relatório tornado público esta terça-feira, agiganta o apelo para que o Procurador-Chefe Provincial e o Tribunal Judicial organizem os pendentes dos reclusos. Recomenda que indiquem quando as penas findam e regularizem a situação dos reclusos nas folhas de liquidação das penas e mandatos convertidos. A Liga dos Direitos Humanos (LDH) pede ainda a rápida “instauração de procedimentos criminais disciplinares para o turno que lidera os desmandos” e chama também “à atenção do Ministério da função Pública para a violação das regras de funcionamento da administração pública”. (Luís Nhachote) (Canal de Moçambique | |
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De: nhungue |
Enviado: 01/04/2009 18:32 |
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01 de abril
MOÇAMBIQUE: Mais mortes nas prisões e de novo em Angoche - NAMPULA
Por razões “desconhecidas” mas de novo em Nampula
Outros 15 reclusos morrem desta vez na cadeia de Angoche
• Cidadãos em Angoche dizem que se tratou de mais casos de morte por “asfixia”, mas as autoridades alegam que morreram com “cólera” • As autoridades médicas reconhecem que houve mortes por “cólera” mas o número de óbitos de que fala não chega a 15 Com o caso dos 12 mortos na cela da PRM em Mongicual ainda a mexer com a sociedade e a indignar toda a gente de bom senso, já aí está mais um caso de mortes de pessoas com liberdade condicionada e às ordens de autoridades. Desta vez morreram 15 reclusos na Cadeia de Angoche, uma unidade a cargo do Ministério da Justiça. Morreram, entre os dias 18 a 23 de Março último. As autoridades da cadeia dizem que morreram de cólera. As autoridades sanitárias dizem que as condições que se vivem na penitenciária, terão estado na origem dos óbitos. A cadeia, com uma capacidade de 30 pessoas, alberga actualmente perto de 200 reclusos.
Pemba e Nampula (Canal de Moçambique) - Na província de Nampula, aqui no norte do pais, continua-se a morrer nas cadeias sem que as autoridades ponham termo ao autêntico massacre como os casos já estão a ser classificados pela opinião pública. Desta vez foram pelo menos 15 reclusos que morreram na Cadeia Distrital de Angoche, uma unidade a cargo de Ministério da Justiça. As ocorrências deram-se entre os dias 18 a 23 de Março, por causas que ainda estão por esclarecer, soube o «Canal de Moçambique», de fontes policiais bem posicionadas mas que nos pediram anonimato.
De acordo com as fontes policiais, os responsáveis da penitenciária onde se registaram mais estas 15 mortes, agora numa unidade sob responsabilidade do Ministério da Justiça, alegam que os óbitos são consequência de uma epidemia de cólera que assola a província de Nampula e já fez também vítimas entre a população, mas a população fala em mais 15 óbitos por asfixia. Com isto cresce entre a população uma onde de indignação sem precedentes.
Estas ocorrências que se sucedem estão a causar grande alvoroço e revolta nas pessoas aqui no norte. Começam a olhar para as autoridades com grande desconfiança.
Um responsável da Cadeia de Angoche, contactado a partir de Pemba telefonicamente disse-nos, a partir de Nampula, que naquela penitenciaria vive-se o “caos”. Afirmou que “os reclusos alimentam-se todos os dias de feijão manteiga e farinha de milho”, sublinhando que “não existe variação de alimentos”. Segundo a fonte, “os quinze reclusos morreram por falta de assistência médica”, o que a confirmar-se coloca o Governo em mais uma situação penosa e delicada.
Segundo a mesma fonte da Cadeia de Angoche onde se registaram estes novos quinze óbitos, uma das causas foi a falta de assistência médica naquela prisão.
Chegaram ao hospital quase mortos
No Hospital Distrital de Angoche, uma fonte médica referiu-nos que “alguns reclusos morreram no espaço de 30 minutos logo após a sua chegada” àquela unidade sanitária.
“Chegaram quase mortos, o que dá a entender que começaram a padecer há muito tempo”, garantiu-nos a fonte médica.
A Cadeia de Angoche foi construída com capacidade de 30 reclusos. Actualmente alberga perto de 200 reclusos, dos quais 80 condenados, 63 a aguardar julgamento, e outros em estado de prisão preventiva.
Entretanto, informações que circulam aqui norte do país, mesmo até em círculos policiais, indicam que os reclusos falecidos foram enterrados pelo Conselho Municipal de Angoche, em valas comuns. Contudo, as autoridades municipais de Angoche, através de uma fonte dos serviços urbanos, já veio desmentir tais informações ainda que não tenha fornecido as identidades das vítimas.
O funcionário da edilidade que agora voltou a ser governada pelo partido Frelimo depois que recuperou o Município à Renamo nas últimas eleições autárquicas de 19 de Novembro do ano passado, alega que os reclusos já foram “todos” sepultados e “cada um foi enterrado na sua cova”.
Sobre se os familiares tinham conhecimento dos funerais realizados, a mesma fonte do Conselho Municipal de Angoche referiu que “os corpos não foram reclamados, dai o facto de termos sido nós a enterrá-los”.
Na província de Nampula, esta é a segunda vez, em menos de um mês, que morrem reclusos em cadeias. O primeiro caso que indignou o país ocorreu há três semanas, no distrito de Mongicual. Pelo menos 12 pessoas, como oficialmente declarado, morreram de asfixia, depois de terem estado presos numa cela minúscula da Policia da República de Moçambique (PRM). Eram cidadãos que se encontravam detidos acusados de terem participado numa alegada “campanha de desinformação sobre a situação da cólera” que assola a província de Nampula no geral, e o distrito de Mongicual em particular.
As mortes de Mongicual foram já condenadas por diversos extractos da sociedade moçambicana, designadamente pela Renamo, que já veio dizer que os reclusos mortos eram seus membros, o que confere às ocorrências motivação política.
A Renamo prometeu também que irá instaurar, junto tribunais internacionais, processos crimes contra o Estado moçambicano e as figuras do ministro do Interior, José Pacheco, e do vice-ministro, José Mandra. Aquele que é o maior partido da oposição considera os dois principais dignitários do Ministério do Interior como “mandantes do crime”.
A Presidência da União Europeia também já veio a público manifestar a sua preocupação pelo sucedido em Mongicual.
O que sucede agora em Angoche é uma repetição do sucedido em Mongicual. Desta vez não são 12 mas são 15 os óbitos registados. Mais três. Vinte e sete (27) mortos em menos de um mês, todos eles na província mais populosa do País.
Cadeia de Mongicual vai ser encerrada
Entretanto, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Jorge Khalau, que desde a semana passada está num périplo pela Região Norte do país, ontem ao chega a Pemba não quis prestar declarações à imprensa. Anunciou, no entanto, durante o fim-de-semana, o encerramento da Cadeia da Polícia, em Mongicual. Fê-lo após uma breve visita que efectuou ao local. Prometeu que o encerramento visa melhorar as condições infra-estruturais da penitenciária. Suspeita-se agora que os mortes de Angoche são reclusos que foram transferidos de Mongicual para lá.
Polícia vai continuar a “perseguir”
Segundo o comandante geral da Polícia – que também já dirige comícios populares, como foi o caso em Mongicual durante a sua estadia naquela sede distrital de Nampula – o encerramento da cadeia “não vai impedir a Polícia de continuar a perseguir todos aqueles que estão envolvidos na perturbação da ordem e segurança públicas em Angoche”.
Ainda não há conhecimento de ter sido criada alguma comissão de inquérito para averiguar o que esteve por trás destes novos óbitos de reclusos sob custódia de entidades governamentais.
Oficialmente perderam a vida por motivos ainda não confirmados.
Em Angoche só se ouve dizer que as mortes foram causadas por asfixia, e que algumas das vítimas foram para Angoche transferidas da cela de Mongicual.
Localmente, na Cidade de Angoche fala-se de mais um acto propositado da Polícia, porque, segundo dizem os munícipes daquele município, poderia ter-se evitado o sucedido, mas ninguém quis tomar as devidas precauções.
Fonte policial, que fez questão de nos dizer que não falava em nome da corporação e não queria que o seu nome fosse mencionado, disse-nos que este novo caso, na Cadeia de Angoche, já está sob investigação e as informações preliminares indicam que os detidos terão morrido vítimas de um surto de cólera que assola aquela unidade prisional. A ser verdade contraria as informações que correm na cidade, entre os munícipes, e que dão como causa destes 15 óbitos em Angoche “morte por asfixia”.
Entretanto, tentamos sem sucesso ouvir o porta-voz do comando provincial da PRM em Nampula, Miguel Bartolomeu. Das vezes que nos dirigimos ao seu gabinete de trabalho, informaram-nos que ele se encontrava ausente. Prometemos trazer a versão daquela corporação logo que a fonte da PRM esteja disponível.
(Bernardo Álvaro, em Pemba, e Aunício da Silva, em Nampula)
2009-04-01 05:51:00
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