noticia publicada hoje no DN
Moçambique
Quatro acusações contra detidos em Tete
por PATRÍCIA VIEGASHoje
Os quatro homens presos há um mês por deitar organite nas águas do rio Zambeze enfrentam, entre outras, a acusação de sabotagem.
Os quatro homens que há um mês foram detidos na província de Tete, no centro de Moçambique, por deitarem organite no rio Zambeze, entre os quais um português, são acusados de quatro crimes pelo Ministério Público do país: contrabando, sabotagem, infracção administrativa e alteração de géneros destinados a consumo público, segundo conseguiu apurar o DN.
As acusações que já estão no Tribunal Provincial de Tete baseiam-se essencialmente em três relatórios feitos em Moçambique sobre o efeito da organite nas águas do rio moçambicano, onde fica a barragem de Cahora Bassa, de importância estratégica. A organite é uma mistura de resina, cristal e limalhas de metal. Na óptica dos detidos causa bem-estar e devolve uma espécie de força positiva aos locais dominados pelas energias negativas, disse recentemente, ao DN, Frederike Ritschl, a mulher do líder deste grupo de guerreiros da organite.
O marido, Georg Ritschl, foi preso a 20 de Abril no Songo, localidade daquela província em que fica situada Cahora Bassa. Juntamente com Carlos Silva, Joseph Aupa Ngwato e Tino Phuthego. Os quatro homens partiram de Joanesburgo, na África do Sul, num Landrover com um barco atrelado. Mas quando chegaram ao Songo o motor estava avariado. Assim, enquanto Georg ficou a arranjá-lo, Carlos, Joseph e Tino apanharam o ferry que, semanalmente, vai do Songo até ao Zimbabwe. E pelo caminho foram deitando organite nas águas do rio Zambeze. O problema é que a bordo da embarcação ia um elemento da autoridade que contactou a polícia. Quando esta voltou foram todos presos por suspeita de sabotagem.
A mãe de Carlos Silva, ouvida há uma semana, pelo DN, garantiu que o filho é um pacifista. "A sua intenção é ajudar, nunca se iria meter numa coisa que fosse má".
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