A Noruega e o Banco Mundial comprometem-se a desembolsar 500 milhões de coroas e 100 milhões de dólares americanos,
respectivamente, para a construção da linha Tete-Maputo. Mpanda N’kuwa arranca em Janeiro de 2011
O ministro da Energia, Salvador Namburete, disse ontem que os projectos de construção da hidroeléctrica de Mpanda N’kuwa e a montagem da linha transmissora Tete-Maputo, a chamada espinha dorsal, são os projectos de maior prioridade do pelouro que dirige.
A linha de transmissão Tete-Maputo é um projecto oportuno que vai permitir fazer a distribuição de energia eléctrica da HCB a várias zonas do país, minimizando, assim, a dependência em relação à vizinha África do Sul.
O projecto Tete-Maputo, que consiste na instalação de uma linha transmissora entre aqueles dois pontos do país, foi recentemente rescalonado e terá novas dimensões em face dos estudos adicionais realizados.
Assim, vai ser executado em duas fases, a primeira das quais em processo de estudos detalhados de impacto ambiental para uma capacidade de transporte de 3100 MW. A segunda fase da linha vai compreender uma capacidade de 2900 MW.
O projecto inicial desta linha, que era denominada Songo/Maputo, estava orçado em cinco biliões de dólares, mas um estudo de opção técnica de menor custo reduziu o valor para mais de metade, portanto, 2,4 biliões de dólares. Deste valor, 1,8 bilião de dólares serão aplicados na primeira fase e o remanescente na segunda.
Alguns parceiros como a Noruega e o Banco Mundial já manifestaram interesse em financiar este projecto, respectivamente, com 500 milhões de coroas e 100 milhões de dólares. A Agência Francesa de Desenvolvimento também comprometeu-se em apoiar a construção do empreendimento, todavia, não avança os valores.
O ministro da Energia diz que o projecto de Mpanda N’kuwa deve ser desenvolvido em consonância com a linha transmissora Tete-Maputo. O projecto energético de Mpanda N’kuwa, a 61 quilómetros a jusante da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), é considerado o mais viável da região Austral de África e está orçado em dois biliões de dólares americanos, excluindo 1,5 bilião correspondente ao investimento na linha transmissora.
A barragem entra em operação em 2015, com uma previsão inicial de produção de 1500 MW de energia, estimando-se que 80% a 90% da energia eléctrica seja escoada para África do Sul, por meio de contratos em negociação com a Eskon.
O remanescente será consumido internamente, havendo possibilidade do governo moçambicano renegociar o aumento das quotas, com a administração da Hidroeléctrica de Mpanda N’kuwa, empresa criada em 2008 para desenvolver o projecto.