Pedro e Inês pertence ao imaginário português, revelando uma história de amor mais violenta que é mundialmente conhecida como a de Romeu e Julieta. Razões de Estado que se impõem às escolhas pessoais e causam danos em duas pessoas que se amam têm ficado na história, mas nenhuma como a história de Pedro o Cru e de Inês de Castro, a mais reescrita ao longo dos tempos, talvez pela implementação do mito da coroação após a morte de Inês. Surpreendente arrebatadora, pela incursão dos elementos naturais com a força dos sentimentos fortes como a paixão, a loucura a dor, a impiedade, a culpa, a vingança. Inês dança e Pedro a vê reflectida no espelho de água da fonte dos amores que brota incessantemente. Os carrascos entram e Inês é morta brutalmente. Pedro, enlouquecido pela dor, vinga-se e exibe o coração de um dos traidores. Apenas memórias dos tempos de felicidade em que os amantes se entregavam ao prazer, dando azo às suas mais diversas fantasias na fonte dos amantes. O verde, bosque sensual de que faz parte Inês, é presente na água onde os amantes cedem aos apelos dos sentidos. As memórias dão lugar ao presente enlutado e a uma caminhada cheia de ódios e vinganças. Pedro desenterra Inês e, numa tentativa de recuperar a felicidade passada, dança com ela morta, como se lhe pudesse insuflar o ânimo que devolve a vida. Resignado, faz dela a sua rainha, coroando-a e obrigando o povo a prestar-lhe a homenagem devida. No lago onde foi feliz com Inês, repousa, enfim, ao seu lado. Esta história, sobre a intolerância e a crueldade é também uma mensagem sobre o amor voluptuoso que se tornou imortal.
Deixo também com esta bonita história real um pps relacionado com este drama.
A todos boa tarde e beijocas
São Percheiro