Hoje tirei o dia para mim como há muito não fazia
Vejam como estou livre, solta sem condicionais normas ou regras.
Senhora do meu nariz esta roupa vesti, quero lá saber que falem, parecendo despida estou vestida a meu jeito, e se houver algum defeito só a mim diz.
Sai andei por ai, um pouco de sol apanhei, e por momentos me senti livre, senhora de mim sem hora marcada para comer sem fazer nada, e assim como há muito não acontecia tive um dia só para mim.
Por vezes as pessoas falam, criticam, e eu sei que isso também pode acontecer comigo, mas não me ralo, e quando falo olho de frente como gente que sou, e de uma coisa tenho a certeza que o meu "eu", esse ninguém habita, porque não lhes dou ordem para que falem.
Sou como sou do meu jeito, e quem gostar de mim assim tem em mim a melhor amiga do mundo.
Sem rumo certo dei a volta ao que fora um bairro de casinhas todas alinhadinhas, de madeira sim mas mesmo assim bem bonitas, hoje só restos do que fora o convívio e amizade de quase meia centena de famílias vindas das Provincias Ultramarinas.
É assim a vida, dentro de dias o 17 dará lugar ao nº 9 de uma rua estreita, onde com cuidado passam os carros dos moradores num só sentido, e algum burro que por ai ande perdido... se os há!
Depois fui ao café tal como fazia Pessoa no Café do Chiado, li o jornal, ou seja passei os olhos, a bica claro, e o que tem sido raro encontrei o meu personagem preferido das minhas crónicas, o Mordomo que algumas vezes pensei ser da secreta... como mudou, envelheceu, ou então fui eu hoje que o achei assim; ele me olhou e sorriu para mim e ficamos assim.
Espero que o resto do meu dia que começou bem termine melhor, um beijo da
São Percheiro