De: S.S. Potencio
(Poema dedicado a Fernando Pessoa)
De que cor será sentir!!!???...
A pergunta fica no ar!,...
Tal e qual, como bola de sabão, ao sabor da imaginação.
O poeta a fez, ... e não encontrou resposta.
Nem a esta, nem tão pouco às outras muitas,
E muitas outras que a vida nos coloca.
Sentir com cor ou sem cor, pouco importa.
O sentimento se nos apresenta da cor da nossa imaginação;
Nos tons do falso “arco-iris”, nas cores da alma que pena,
No brilho dos sonhos reais, ou na realidade da nossa física existência.
***
A cor do nosso sentir, reflete bem o que nos vai em mente.
Espelha a nossa condição de gente!...e nos mostra simplesmente
... o homem que é vivente!
Que luta com os pensamentos, que solta as idéias ao vento!
Que sente, e pinta de todas as cores, quando nisso encontra amores.
***
No negrume da amargura, ou no branco da pureza, ...
A cor do nosso sentir, nada mais é do que a cor da natureza!
No verde esperançoso dos homens, ou no azul cristalino do mar!
A cor do nosso sentir, se reflete sem parar.
No escaldante vermelho, rubro, roxo, incandescente!...
Ou nas cinzas da ilusão, se esconde a cor da paixão!
Dizem até que o amor é “rosa!...” que o sentir vai além da prosa.
... E o calor fica amarelo!
Dizem também que no olimpo, tem cores de azul-celeste.
Que a “dor”!,... de preto se veste. – Quando o homem é vencido pela peste!
Mas, ... que cor é essa tão indefenida??!!...
Aquela que nos dá a vida?... Aquela que ninguém Vê!,... porque não quer.
Na qual só louco acredita, e crê!
Na qual canta e verseja, a cor do seu muito sentir, e do amor que tanto deseja.
Para os loucos, (muito poucos) a cor do nosso sentir,
Pode ser (por brincadeira) a cor do nosso sentir, a cor de “burro-a-fugir”!!!
... sem pés nem cabeça, (que asneira) .
O “ pessoa poeta fernando” jamais, (de acordo com os anais),
- encontrou na sua vida aquela cor pretendida!
A cor da nossa ansiedade,
A cor do nosso “porvir”,
Por isso ele perguntou: De que cor será sentir !!!???...
(in: “Eu, o Pensamento e a Rima” – s. potêncio )