Pretoria (Canalmoz) - De acordo com um relatório a ser divulgado em Maputo no próximo dia 19, a barragem de Mphanda Nkuwa, que o governo moçambicano projecta construir no Rio Zambeze, “ignora os avisos de mudanças climáticas que apontam para o surgimento de enormes problemas hidrológicos na África Austral”. Da autoria de Mark Hankins, especialista em energias renováveis, o relatório refere que a aposta das partes intervenientes na referida barragem “é a criação de mais energia, mas no futuro a região ficará privada de água”. Frisa o relatório que “esta é uma escolha com que a África Austral poderá deparar dentro de poucos anos caso os planos existentes para a construção de mais barragens de grande porte no leito do Rio Zambeze sigam em frente.” Mark Hankins, que pertence à organização sediada em Nairobi, International Rivers Network, considera que “Moçambique poderia conceber um sistema de abastecimento de energia eléctrica para consumo doméstico com base em opções de energia limpa de baixo custo e de execução rápida, e adequada à distribuição geográfica da procura local.” Por seu turno, Anabela Lemos, directora na ONG moçambicana, Justiça Ambiental, defende que “a prioridade deve ser a de uma energia limpa, descentralizada para todos, e não a construção de barragens no Rio Zambeze em apoio das indústrias e cidades sul-africanas consumidoras de energia.” O relatório de Mark Hankins é patrocinado pela Justiça Ambiental. O seu autor considera que “enquanto os responsáveis pelo planeamento de energia em Moçambique centrarem as suas atenções nos consumidores sul-africano, eles nunca darão uma resposta adequada às necessidades da nação mocambicana.” (Redacção / afrol News)
|