Maputo (Canalmoz) – O Ministério dos Transportes e Comunicações revela as realizações do sector durante o mandatos prestes a findar. Verlopes Nhampossa, assessor de imprensa do ministério disse, em entrevista ao Canalmoz, que durante o último quinquénio, foram registados grandes investimento nesta área, com maior destaque para o sector ferro-portuário, aviação aérea e transportes marítimos.
Nhampossa disse que a principal aposta do Governo no quinquénio, foi o investimento no ramo ferroviário, o que segundo ele, permitiu a melhoria da qualidade do serviço de transporte de pessoas e bens bem como a reestruturação dos principais corredores ferro portuários.
A mesma fonte revelou ainda que, presentemente, estão a ser desenvolvidos trabalhos de reconstrução da Linha de Sena, bem como a reabilitação de várias outras infra-estruturas com impacto ao longo dos corredores ferro-portuários.
“Na Linha de Sena estão visados pela reabilitação cerca de 545 quilómetros, incluindo o ramal de Marromeu num percurso de 82 quilómetros bem como o trajecto Dona Ana -Vila Nova da Fronteira”. Contudo, segundo ainda o assessor de imprensa do ministro Paulo Zucula, neste momento foi concluído o troço Dondo-Inhaminga com cerca de 183 quilómetros, o ramal Inhaminga-Marromeu, com 82 quilómetros, e foi reabilitada a Ponte Dona Ana.
Para Verlopes Nhampossa, a Linha de Sena constitui parte da coluna vertebral para a promoção da integração regional, criação de postos de trabalho e activação de investimentos privados na área de minas e agricultura no Vale do Zambeze.

Ferrovia Maputo Ressano Garcia totalmente nova

Na reabilitação da Linha de Ressano Garcia, considerada componente importante do Corredor do Desenvolvimento de Maputo, foi desenhado um programa estratégico de sua revitalização, visando, essencialmente, aumentar a capacidade da linha, de tracção e do material circulante.
“A intervenção compreendeu várias fases com destaque para a reabilitação de infra-estruturas, reequipamento em material circulante e reabilitação da fábrica de travessas”, disse Verlopes Nhampossa, acrescentando que só para a reabilitação de infra-estruturas foram gastos 200 milhões de dólares americanos, o que permitiu repor-se a capacidade da linha de Ressano Garcia para 20 toneladas por eixo, em toda a sua extensão, tendo sido montados novos carris, travessas de betão, balastros, pontes e novos aparelhos de mudança da via para a zona de manobras e estações.
“As obras de reabilitação da via decorreram em duas etapas. A primeira etapa foi concluída em Dezembro de 2006 e permitiu reduzir o número de incidentes nas linhas principais e secundárias. A segunda fase compreendeu uma reabilitação integral da linha, pontes, carris danificados, substituição de aparelhos de mudança da via, depuração e reforço de balastros, alinhamento, nivelamento e ataque mecanizado da via, reparação dos sistemas de drenagem, reabilitação da estação da Machava e reposição e modernização da sinalização”, disse a nossa fonte.

Portos considerados estratégicos

Os portos de Maputo e Quelimane foram, segundo Verlopes Nhampossa, aqueles que mereceram maior atenção em termos de investimentos. Por exemplo, no Porto de Maputo, permitiu o crescimento do manuseamento de carga de 6,3 milhões de toneladas, em 2005, para 8,4 milhões em 2008.
“O crescimento de tráfego de navios passou de 640, em 2005, para 842 navios em 2008”, disse a fonte, acrescentando que no Porto de Maputo foram reabilitadas infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias, foi feita a dragagem, houve a aquisição de equipamentos de manuseamento de carga”, disse Nhampossa, apontando ainda que presentemente o Governo tem uma visão de tornar o Porto de Maputo, nos próximos 20 anos, como um importante centro logístico regional.
O nosso entrevistado deu ainda conta de que quanto ao porto de Quelimane os investimentos consistiram na modernização e reabilitação de infra-estruturas o que segundo a fonte permite desenvolvimento da província e da região. “No Porto de Quelimane foram igualmente introduzidas novas tecnologias de manuseamento e armazenamento de carga”, disse a fonte, acrescentando que o custo total dos investimentos efectuados foi de 3,1 milhões de euros.

Aviação Civil

No que concerne ao sector de navegação aérea, a mesma fonte destacou o facto de ter se melhorado a qualidade dos serviços prestados ao público.
“Houve melhoria das condições de segurança da navegação aérea e consolidou-se a liberalização do mercado de transporte”, referiu ainda Verlopes Nhampossa, assessor de imprensa do ministério dos Transportes e Comunicações.
Ele mencionou ainda a renovação da frota de aviões das Linhas Aéreas de Moçambique com vista a substituição dos boeings 737-200 por aviões de uma geração mais recente.
“Em Dezembro de 2008 inauguramos duas aeronaves do tipo «Q400», a turbo hélice. Este ano a renovação da frota prosseguiu com a aquisição de mais duas aeronaves do tipo «EMBRAER 190». Este programa será completado em 2011 com a importação de mais duas aeronaves”, disse a fonte que destacou ainda os actuais trabalhos em curso da ampliação e modernização dos aeroportos de Maputo, Beira, Quelimane, Tete, Nampula e aeródromo de Vilankulos.

 (Alexandre Luís)