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General: A BALADA DO ULTRAMAR
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Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 1 de 2 en el tema 
De: isaantunes  (Mensaje original) Enviado: 15/10/2009 20:55

 

 

LIVRO: " A balada do ultramar", de Manuel Acácio, Oficina do Livro, 2009, 222 páginas, 14 Euros.
(cópia da capa do livro segue em ficheiro anexo).

Retrata de a angústia que foi sentida pelos milhares de portugueses que, de repente, se viram forçados a abandonar os territórios de Angola e Moçambique, e depois o drama que se seguiu que foi o dos "retornados" se verem na necessidade de se adaptarem-se a viver num outro país, Portugal, que na verdade lhes era estranho, e com todas as consequências que daí advieram. Está muito bem escrito. Serve para melhor entendermos um dos capítulos da nossa lusófona recente. Recomendo vivamente. Surpreendeu-me muito, pela positiva.

O livro está todo ele escrito com inúmeras metáforas. Faço aqui a citação de apenas duas, às quais não consegui ficar indiferente:

* Página 95 - (capitulo 12).
     "Nós somos os herdeiros dos que partiram nas caravelas. Sonhámos futuros impossíveis e cumprimos a sina revelada nos textos onde o Padre António Vieira afirma que nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem, e foi por isso que Deus nos deu tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura: deu-nos Portugal para nascer e o mundo inteiro para morrer."

* Página 145 - (capitulo 18).
     "Um velho amigo disse-me um dia: nós partilhamos a maldição dos embondeiros, que já foram tão imponentes, que pareciam querer tocar os céus. Segundo contam as lendas, os deuses ficaram surpreendidos com a altivez daquelas árvores e, tal como é apanágio das divindades quando se sentem desafiadas pelo homem ou pelos outros seres e coisas da criação, decidiram vingar-se. Viraram os embondeiros ao contrário e sepultaram os ramos na terra vermelha, deixando as raízes apontadas para cima, como mãos erguidas em sinal de impotência.
     Não era necessário termos nascido em África para sentirmos, sem qualquer sombra de dúvida, que era ali que o nosso coração batia mais depressa. Quando tivemos de nos vir embora, sentimos-nos desenraizados à força e ficámos sem contacto com a terra a que verdadeiramente pertencemos [...]".



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De: helenamarinho Enviado: 15/10/2009 22:33
Isabel, Grata por partilhares connosco a opinião sobre um livro cujo assunto nos diz muito, e que será com certeza, agradável ver por escrito o que pensa de nós um dos nossos... Beijinhos, Lena


 
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