Tete (Canalmoz) – Na tarde da derradeira sexta-feira, membros e simpatizantes do Movimento Democrático de Moçambique, que participaram no pleito como fiscais no dia da votação, amontoaram-se na delegação provincial do partido, na cidade de Tete, a exigir subsídios, que foram alegadamente prometidos pela sua participação na fiscalização das mesas de votação. Na manifestação os fiscais deram a conhecer que não tiveram o mata-bicho, almoço e muito menos o jantar. Muitos deles ficaram desapontados pelo facto de o delegado ter prometido a aqueles membros um subsídio que seria distribuído nas mesas, por uma delegação que vinha da Beira, o que dizem não ter sido consumado. Os membros agastados com as alegadas falsas promessas, decidiram vandalizar a delegação, na tarde de sexta-feira, tendo na ocasião arrombado algumas portas e penhorado cadeiras e mesas. Os lesados também acusam o delegado provincial, Celestino Bento, e a directora do gabinete, Inês Amade, de terem desviado o fundo que estava destinado ao pagamento do pessoal que fiscalizou as mesas de voto. Os manifestantes explicaram ao Canalmoz, que no dia do escrutínio, o delegado, durante o processo, desligou o telefone.
“Tentámos, sem sucesso, ligar para o delegado, afim de reportar o ponto de situação e a falta de comida, mesmo assim trabalhámos com fome, por simpatia ao nosso partido”. Aqueles membros confessaram à nossa reportagem que iriam deixar de fazer parte do MDM, por, alegadamente, faltar seriedade. Informaram que no dia 26 de Outubro, o delegado provincial, sem avançar o valor, prometeu aos fiscais, que as condições logísticas estavam criadas para tudo e todos e também disse que uma delegação Central da Beira vinha e passaria de mesa em mesa para distribuir o subsídio de alimentação. Hilário João e Mariano Manuel disseram ao Canalmoz que o presidente do partido quando passou na fase da campanha prometeu 3.500,00MT para cada fiscal. A nossa reportagem presenciou o momento de vandalização, onde os fiscais furiosos arrombaram as portas e penhoraram cadeiras e mesas. “Estamos a carregar as cadeiras como forma de protesto, se não nos pagam dentro da próxima semana, vamos vender os bens para recompensar o nosso trabalho”, disse um deles. Momentos depois interpelámos o delegado político da cidade, Valy Ismael, que disse que foi deixado 8.606, 00 MT ao delegado provincial, Celestino Bento, destinado para o pagamento de 60 fiscais dos 194 que trabalharam no dia da votação. Valy Esmael tentou junto dos seus dois subordinados acalmar os seus colegas. Momentos depois das conversações, decidiram compreender e aceitaram receber os 150,00MT, porque o próprio delegado, alegando a falta de troco viu-se obrigado a pagar este valor, ao invés de 138,00MT, inicialmente prometido. Para além dos 150MT, alguns membros levaram consigo alguns bens.
Valy Esmael reage
“Recebi do delegado provincial 8.606,00MT e apenas consegui pagar 20 pessoas”. “O que sei sobre o fundo é o seguinte: a delegação Central enviou 46.000,00 MT para a conta do delegado provincial, antes das eleições e voltaram a depositar mais 30 mil, depois das eleições para a conta da directora do gabinete.” Este dinheiro estava destinado para o pagamento das despesas, principalmente para os fiscais de mesa. Concluiu Esmael. (José Mirione)
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