Neste momento este subsistema de ensino conta com mais de seiscentos mil alunos e a situação actual mostra que este nível não consegue absorver os graduados do ensino primário, porque cresceu substancialmente nos últimos anos, uma vez que foi tomado como prioridade nos investimentos para a expansão da escolaridade básica de sete classes.
Segundo Luís Covane, porta-voz do Conselho de Ministros, a estratégia também aborda o ensino secundário geral do segundo ciclo onde se espera absorver, em 2015, um total de 390 mil alunos no público e 80 mil no particular.
Luís Covane não avançou os valores envolvidos nesta estratégia que vai implicar a privatização do investimento público para o ensino secundário, para que até 2015 se consiga, não só a duplicação do número de alunos na escola, como também, a redução do actual rácio alunos/turma de cerca de 61-70 alunos, para entre 50 e 55, como forma de facilitar o processo de ensino-aprendizagem.
Várias outras medidas estão a ser consideradas, como é o caso da formação de professores que vai ser acelerada, de modo a que estejam disponíveis anualmente 3800 docentes com conhecimentos psico-pedagógicos.
“Vamos incidir também no professor, porque consideramos que a qualidade de ensino está na qualidade dos professores. É missão do ESG formar cidadãos competentes, com elevado espírito humanístico e patriótico, com domínio da comunicação nas línguas moçambicanas, portuguesa e inglesa, tornando-os aptos para enfrentarem problemas com criatividade, aprender ao longo da vida e se inserirem na vida das suas comunidades e no mercado de trabalho”, reafirmou Luís Covane, que é também vice-ministro da Educação.
A estratégia prevê transformar, gradualmente, as escolas secundárias em escolas politécnicas, nas quais se enfatiza o saber fazer. Isto será feito através da introdução, no currículo, de conteúdos profissionalizantes.
Neste momento, segundo Luís Covane, os conteúdos profissionalizantes estão a nível de quatro porcento e em 2015 devem atingir pelo menos 30 porcento, de forma a tornar o ensino relevante.
Nesta componente foram feitas análises a outras realidades que mostraram que os conteúdos profissionalizantes em países como Estados Unidos, estão a nível de 58 porcento.
“Queremos caminhar para o ideal o mais rápido possível. Fizemos uma análise na região e há países que a componente profissionalizante anda a nível de 58 porcento. Nós queremos partir dum nível extremamente baixo, de quatro porcento para 30, o que significa que o aluno terá que ser capaz de intervir de forma activa na solução de alguns problemas e criar riqueza”, disse Luís Covane.
A par dos investimentos no ensino secundário, o Governo vai continuar a combinar a sua intervenção com a priorização do ensino técnico-profissional para que os formandos, na sua especialização, contribuam para acelerar a produção material.