Vem chegando o Natal tão desejado da pequenada.
José era um menino que sem ser rico tinha tido sempre uma vida boa, uns pais bondosos e nada lhe faltava.
Na noite de Natal não faltava nenhuma iguaria, e a árvore lindamente ornamentada sempre havia montes de presentes.
Nem por isso deixava de ser uma criança alegre e boa. Gostava muito de jogar á bola com Pedro, que era mais ao menos da sua idade, mas era pobre, a mãe se matava lavando roupa para as casas mais abastadas, quando chegava já tarde a casa mal tinha tempo de fazer um caldinho quente para o seu menino que já tinha ido buscar uns paus e acendido o lume para se aquecerem...
O pai de Pedro a tinha abandonado quando soubera que estava grávida, e os pais a tinha deixado entregue á sua sorte, " dizia o pai barrigudo de cachimbo nos queixos, és a vergonha da nossa cara", e assim ela deixou sua aldeia e foi trabalhar para a cidade onde não sendo conhecida não seria apontada.
Passou muito, mas teve o seu menino a quem chamou de Pedro, quando caminhava procurando onde se abrigar, se lembrou que São Pedro tinha varias chaves, quem sabe lhe arranjaria uma casa.... e assim encontrou abandonado um casebre onde entrou e se sentou cansada e cheia de frio.
Assim meses depois nascia Pedro a luz dos seus olhos, tinha sete anos, e era noite de Natal que seria humilde como sempre, mas ele enquanto a mãe fora trabalhar, acendeu o lume, e com umas moedas que tinha conseguido juntar comprou um pouco de comida já quentinha para quando a a mãe viesse...
Mas José seu amigo rico um pouco mais velho não tinha esquecido o seu amigo pobre, enquanto esteve estudando, e assim quando viu as imensas prendas que havia na sua árvore, nem sequer abriu, e sem dizer nada meteu algumas num saco, e tirando da mesa algumas guloseimas foi ponde para outro saco enquanto que a mãe sorrindo foi dizendo; " é para o Pedro"? É sim mãe, não está certo nós termos tantas coisas e ele não ter nada, e dizendo isto abalou correndo para o casebre do seu amigo a quem abraçou, entrando colocou tudo na mesa e sem se fazer esperar foi dando os presentes ao Pedro que ia ficando rubro de contentamento, enquanto Maria do Céu deixava cair disfarçada uma lágrima...
José se sentia muito feliz vendo o amgo tão contente, e logo combinaram ir jogar á bola no dia seguinte, aquele Natal lhe dera aquela bola, se deitou com ela abraçado!
São Percheiro