Entretanto, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que fora igualmente convidado ao evento, não se fez presente por razões desconhecidas.
Deviz Simango, que foi à Ponta Vermelha acompanhado da esposa, disse que na conversa com o Chefe do Estado, que também se fazia acompanhar pela Primeira Dama, foram abordados com particular enfoque aspectos sobre o funcionamento da Assembleia da República, onde o MDM está representado por apenas oito dos 250 deputados eleitos para aquele fórum.
Sobre esta questão, o presidente do MDM disse ter manifestado ao Chefe do Estado o desejo de o seu partido se constituir em bancada parlamentar, para o que disse acreditar que esta preocupação irá merecer a necessária atenção, tanto por parte do Chefe do Estado, como das outras forças políticas presentes no Parlamento.
Sabe-se que pelo regimento da Assembleia da República só pode constituir bancada parlamentar o partido que conseguir eleger um mínimo de onze deputados. A Constituição da República não define nenhum comando específico sobre esta matéria, remetendo ao regimento a regulamentação do assunto.
“Trocamos ideias. Não chegamos a falar das eleições, mas falamos sobre a necessidade de trabalharmos juntos para o desenvolvimento do país. Estamos de acordo em que precisamos de juntar esforços e ideias para acelerar o desenvolvimento”, disse Deviz Simango.
Ainda de acordo com este político, do encontro ficou clara a vontade de as partes manterem o ritmo de debate de ideias, assumindo que só com o diálogo, se pode construir um verdadeiro Estado de direito.
O presidente do MDM disse ainda que o Chefe do Estado destacou a necessidade de todos se envolverem nas tarefas de desenvolvimento do país, ao que Deviz Simango disse ter dado garantias de que o seu partido vai colaborar com todas as instituições democráticas e continuará a trabalhar na promoção do bom nome de Moçambique, tanto dentro, como fora das suas fronteiras.
Outra das preocupações do MDM que o seu presidente transmitiu ao Presidente da República relaciona-se com a necessidade da despartidarização das instituições públicas, gesto que, na sua óptica, pode ajudar a eliminar parte dos constrangimentos que actualmente marcam a prestação de serviços aos cidadãos.
Instado a comentar a ausência do líder da Renamo no almoço, Deviz Simango declinou a fazê-lo, alegando que, desconhecendo as razões da não comparência de Afonso Dhlakama, não estava em condições de emitir qualquer comentário sobre o assunto.
“Nós vamos continuar com o debate e acordamos que este tipo de encontros poderão se realizar a pedido de qualquer das partes ao longo do tempo, porque entendemos que é com o diálogo, com o debate que se constrói uma sociedade democrática”, disse Deviz Simango.