Por vezes pareço uma borboleta esvoaçando, penso tanta coisa ao mesmo tempo, e acabo algumas vezes por não saber que fazer.
Hoje tem estado novamente um dia do caraças, um frio danado, com tudo fechado me entra um ventinho que me bate na ponta do naríz e que me irrita, pois não sei de onde raio ele vem, só sei que pareço uma barata tonta, ponho roupa tiro roupa, me dá cá umas ganas, e depois acabo por não fazer nada do que tinha pensado caramba!
Últimamente trago um desassossego comigo, só me vem coisas á cabeça para escrever quando já estou deitada, ideias fabulosas, só que o frio é tanto que não dá para as por em prática.
É como se uma mão me empurrasse e me trazendo mil ideias, pena que perco algumas, faz-me lembrar o "Judeu Errante", quando Deus o castigando, lhe disse não terás sossego, andarás léguas e léguas sem parar", e era, quando ele já cansado se sentava num monte ouvia aquela vóz lhe dizendo: "caminha", e ele continuava.
Assim estou eu sempre predisposta para escrever, muitas vezes digo para mim mesma; hoje não vou escrever, vou fazer outras coisas, mas ai me dá um daqueles "vaips" e lá vou eu ao encontro da telinha e logo como a formiga activa começo tranbucando... e quem não tranbuca, não manduca será que não?
Hás vezes faço poemas ou histórias tão lindas, mas ao outro dia não lembro qual delas foi, fico furiosa, mas a verdade é que de há três anos para cá já escrevi sei lá quantas páginas... é como se uma sede me inundasse a alma, uma ansea não sei explicar, mas que me dá uma satisfação plena.
Ráramente sei o que vou escrever quando (já sentada) abro a minha caixinha de surpresas, e ai as ideias vão surgindo e os dedos no teclado tocam as teclas sem dó nem piedade.
Anoiteceu, e eu vou, quem sabe amanhã faz sol e vou até ao café, estou ficando "branquela", boa noite
São Percheiro