A visita do primeiro-ministro à Hidroeléctrica de Cahora Bassa deverá ser o pretexto ideal para o anúncio de que o Estado português estará a negociar com empresas portuguesas a venda dos 15 por cento que Portugal ainda detém na Hidroeléctrica.
A intenção do Governo é vender a participação a empresas do sector energético, tal como a REN, EDP ou Visabeira, de forma a que Portugal continue a ter uma função preponderante na Hidroeléctrica de Cahora Bassa e, ao mesmo tempo, "entregue" a participação a empresas conhecedoras do sector. No entanto, ainda não se sabe qual vai ser a posição do Estado de Moçambique quanto ao negócio.
Sócrates partiu esta manhã para Songo, província de Tete, onde está situada a barragem de Cahora Bassa, a quarta maior de África e fará uma passagem pelo monumento em honra de Samora Machel.
O primeiro-ministro vai também anunciar a participação portuguesa nos investimentos previstos para a barragem que passará pelo fundo de investimento luso-moçambicano, a ser hoje operacionalizado.
A barragem de Cahora Bassa foi alvo de várias discordâncias entre os dois Estados até Outubro de 2006, altura em que José Sócrates e o Presidente da República moçambicano, Armando Gebuza, assinaram um compromisso.
O acordo compreendeu a venda da participação de 82 por cento que o Estado português detinha na empresa ao Estado moçambicano por 740 milhões de euros, ficando apenas com 15 por cento do capital. Os restantes 85 por cento passaram a caber ao Estado moçambicano.
Cahora Bassa é actualmente o maior produtor de electricidade em Moçambique, com capacidade superior a 2000 megawatts, que abastece Moçambique (perto de 250MW), África do Sul (1100MW) e Zimbabué (400MW). O Governo moçambicano está a negociar o abastecimento do Malawi com energia elétrica.
@Rita Afonso em Maputo
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