Gente tanta gente...
Certamente como eu neste momento, ferida desiludida, muita dessa gente vestida de pacotes coloridos, nada mais é que isso, uma amostra porque o que estava dentro se perdeu certamente, perdeu todo o valor, perdeu a alma o coração, mas que ri fazendo coro com as palhaçadas da vida, borrando os olhos para que os vestigios das lágrimas choradas disfarcem, um disfarce apenas!
Gente que gira em torno de si mesmo, sem rumo, mas gente com alma coração e cérebro mas que sofre na calada da noite quando olhares inoportunos possam não ver, por vergonha ou medo sei lá...
Pois é hoje faço parte dessa gente cuja mágoa se acomula mesmo sem dar conta, dei conta como tudo em minha vida mudou, e me perguntaram porquê?
Hoje até fez sol e eu sai um pouco, tentei ir ver o que restava do meu pequeno jardim e ai chorei, elas também eram seres viventes como nós, e morreram sem que tenham feito qualquer mal, apenas a ponta da roseira vermelha mas onde eu não conseguia chegar, e voltei de mãos vazias, sem que contudo me vissem chorar.
É assim que hoje me sinto, um pequeno cristal que se partiu, já pouco resta, apenas ainda me sentir gente e dizer que não estou contente, que me apetece chorar por mim, por ti, por toda essa gente que já não sabe gritar.
São Percheiro