Quase uma semana depois do terremoto e do tsunami, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, enfrenta uma crise provocada por uma sucessão de erros de integrantes do governo. Quem informa é o enviado especial, Carlos de Lannoy.
Um novo vídeo mostra o tsunami chegando à cidade de Lloca. O homem que estava gravando as imagens saiu correndo e gritou: “ela entrou na casa”. Em seguida, pode-se ver a onda tomando conta da rua.
Por uma falha da Marinha, a população não foi avisada sobre os riscos de tsunami. O erro levou à demissão, nesta sexta-feira, do chefe do serviço hidrográfico e à abertura de uma investigação interna.
A onda gigante provocou a maior parte das mortes no Chile, mas o governo admitiu que os números estavam equivocados. Duzentos desaparecidos na região de Maule foram dados como mortos. Com isso, o número total está abaixo dos 802 divulgados anteriormente. O governo decidiu contar só as vítimas que tiverem a identidade confirmada. Até agora, são 279.
A confusão na divulgação do número de mortos levou o governo intervir no escritório de emergências, que já tinha falhado na reação aos tsunamis. A presidente Michelle Bachelet decidiu que a divulgação do número de vítimas vai ser centralizada. O futuro presidente, Sebastian Piñera, anunciou mudanças nos serviços de alerta à população.
Bachelet e Piñera se reuniram nesta sexta e decidiram que a cerimônia de posse vai ser simples e austera. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegou ao país e anunciou a doação de US$ 10 milhões.
Os chilenos continuam sobressaltados com os constantes tremores de terra. Só na região de Concepción foram mais de 12 em oito horas, 2 deles acima dos 6 graus. O medo da população parece que não tem fim.