Conflito inter-religioso faz 500 mortos na Nigéria
Terça, 09 Março 2010 07:51 Escrito por Jornal Noticias
Pelo menos 500 pessoas de três aldeias cristãs localizadas na cidade de Jos, no centro da Nigéria, foram mortas na sequência dos ataques perpetrados por um grupo étnico muçulmano, anunciou ontem um funcionário governamental do Estado de Plateau.
Estes massacres, que tiveram lugar numa zona situada a menos de dois quilómetros da residência oficial do Governador do Estado, Jonah Jang, seriam represálias contra os ataques que fizeram 326 mortos entre a comunidade muçulmana em Janeiro passado.
“Pelo menos 500 pessoas foram mortas devido a um acto abominável levado a cabo pelos pastores Fulani, de etnia muçulmana”, precisou o mesmo responsável, adiantando que 95 pessoas foram já detidas.
Segundo alguns relatos de aldeões, as vítimas incluem mulheres e crianças que terão sido assassinadas com recurso a machetes, tendo as respectivas casas sido queimadas.
Os ataques terão ocorrido de forma coordenada durante a noite de sábado para domingo, tendo sido perpetrados por membros da etnia Fulani, que é maioritariamente muçulmana.
Na noite de domingo para ontem não se verificou qualquer acto de violência, sendo que a zona se encontrava em situação de prevenção, após o Presidente interino da Nigéria, Goodluck Jonathan, ter colocado “todas as forças de segurança do Plateau e dos Estados vizinhos em alerta máximo”, por forma a evitar que o conflito assuma maiores proporções.
Na região de Jos ocorrem com frequência conflitos étnicos e religiosos. Já em Janeiro passado, mais de 300 pessoas foram mortas em confrontos entre cristãos e muçulmanos.
O Governo do Estado nigeriano de Plateau anunciou ontem a realização do enterro colectivo das vítimas mortais da violência.
O Presidente interino, Goodluck Jonathan, colocou os serviços de segurança em alerta vermelho, depois desta nova crise no Estado de Plateau.
Uma reunião de emergência foi marcada com os responsáveis das forças de segurança para elaborar uma estratégia para conter este tipo de violência.
“Apesar de ser ainda muito cedo para afirmar categoricamente quem é responsável por esta recrudescência de violência, desejamos informar os nigerianos que os serviços de segurança controlem a situação”, declarou o porta-voz do Presidente interino, Ima Niboro, num comunicado.
Estes novos massacres tiveram lugar apesar do recolher obrigatório das 18.00 horas às 6.00 horas imposto pelo Governo depois dos incidentes de Janeiro em Jos.