(12/03/2010)
A economia moçambicana deve ressentir-se do atraso no apoio orçamental por parte dos países doadores, mas mesmo assim poderá ter um crescimento de cerca de 5%, defende Yvonne Mhango, economista sul-africana.
A economista falava esta quinta-feira em Maputo no âmbito de uma conferência organizada pelo Standard Bank, o terceiro maior banco em Moçambique.
Com o atraso por parte dos doadores "o Estado vai ter de pedir empréstimos", o que "vai ter implicações", disse a responsável, referindo-se ao atraso no desembolso de fundos por parte de um grupo de 19 países e instituições que financiam metade do Orçamento de Estado de Moçambique.
António Coutinho, administrador delegado do Standard Bank, defende, pelo contrário, que o atraso "não é preocupante" porque se trata de uma questão temporária "e não terá grande impacto na economia moçambicana".
António Coutinho considera mesmo que, ao contrário de outros países da região, Moçambique conseguiu um melhor desempenho económico no ano passado perante a crise, por ter "uma economia mais diversificada e não dependente de um só produto", como por exemplo Angola, muito dependente do petróleo.
Este ano Moçambique terá um crescimento gradual e constante, defendeu, acrescentando que a procura de créditos junto do Standard Bank tem estado a crescer em todas as áreas e no país inteiro, o que indica que o crescimento não é apenas em Maputo.
Além da capital a Beira e as províncias de Nampula e Tete têm grande crescimento, especialmente Tete "a província que mais cresce".
Analisando a economia moçambicana, a economista Yvonne Mhango prevê para este ano um crescimento elevado e o aumento da inflação, e considera que a depreciação da moeda nacional, o metical, foi positiva porque melhorou o desempenho de exportações de produtos como o tabaco.
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