A passagem dos 100 anos da Estação Central dos CFM, considerada a sétima mais bela do mundo e primeira em África, foi marcada pelo lançamento da iniciativa “O Património É Nosso”, simbolizado pela inauguração de carruagens que vão reforçar o serviço de transporte de passageiros.
A campanha “O Património É Nosso” foi idealizada por um grupo de empresas públicas nacionais com o objectivo de promover a conservação e manutenção das infra-estruturas e demais bens públicos existentes no país.
Na sua intervenção, o Chefe do Estado avultou o simbolismo e o grande valor histórico, cultural e arquitectónico da obra, sublinhando a sua singular importância económica enquanto ponto de partida e de chegada de linhas férreas por onde rolam comboios que, segundo disse, transportam o desenvolvimento para os mais variados destinos do país e do resto do mundo.
Na alusão à História da Estação Central dos CFM, Armando Guebuza recordou o difícil “renascimento” da actividade ferro-portuária em Moçambique, determinada pelo êxodo de quadros no período pós-colonial, tendo se referido de forma elogiosa ao trabalho que os moçambicanos desenvolveram, mesmo em tempo de guerra, para garantir a circulação de comboios transportando pessoas e bens e dinamizando a economia e construindo alicerces do processo de integração regional.
Foi tendo presente toda a história personificada no edifício da Estação Central que o Presidente da República ligou a pertinência da iniciativa “O Património É Nosso” à importância que o património tem na vida dos povos em geral e na luta que em Moçambique se trava contra a pobreza.
Por seu turno, o Presidente do Conselho de Administração do CFM, Rui Fonseca, referiu-se ao papel relevante da Estação Central como entreposto comercial e como um cruzamento de línguas e culturas ao longo do tempo.
Na sua perspectiva, o compromisso que a empresa tem é continuar a caminhar para a modernidade, sem perder de vista a necessidade de honrar o passado. Segundo afirmou, o crescimento que a estação coloca aos CFM um desafio de contribuir com cada vez maior relevância para a construção de uma classe média em Moçambique, uma classe que representa o progresso, a esperança de acabar com a pobreza e não deixá-la como um legado para futuras gerações.
Próprio de um ambiente de festa, as celebrações foi enriquecidas pela exibição de diversos números do património cultural nacional, acompanhada com emoção pelas centenas de convidados presentes, entre membros do Governo e do corpo diplomático acreditado no país, bem como representantes de diversas empresas públicas e privadas.
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