Maputo (Canalmoz) – O crescimento da economia nacional deverá atingir 8% nos próximos anos, de acordo com as perspectivas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Dados apresentados, ontem, pelo representante do FMI em Moçambique, Félix Fischer, apontam que a economia moçambicana poderá atingir estes níveis de crescimento, impulsionado por fortes investimentos públicos e privados, depois de ter registado, segundo Fischer, também um significativo crescimento em mais de 6%, em 2009. Na última semana de Março, uma comitiva do FMI deslocou-se a Moçambique para levar a cabo a sexta revisão sobre o Instrumento de Apoio de Políticas (PSI), assim como a segunda revisão sobre a Facilidade para Choques Exógenos (ESF). Durante o cumprimento da vasta agenda, a delegação do FMI chegou à conclusão de que a economia moçambicana respira “boa saúde”. De acordo com a avaliação do FMI, os programas económicos criados pelo Governo foram responsáveis pelo desempenho satisfatório da economia moçambicana, bem como pelo aumento do volume das reservas internacionais e da redução do défice orçamental. Estes dados foram revelados, ontem, durante uma conferência de imprensa alusiva à visita da comitiva do FMI a Moçambique, realizada na última quinzena de Março. No encontro, foram apresentados os resultados da sexta revisão do PSI, da segunda revisão para o fluxo de ajuda face a eventual desequilíbrio da balança de pagamentos e a avaliação sobre o programa económico do Governo para a substituição do PSI nos próximos três anos. Fischer acrescentou ainda que, para 2010, é possível que a inflação ronde os 6%, face aos 3,3% verificados no ano passado, mas admitindo que possa atingir 9%, devido à depreciação do metical face ao rand e da elevação do preço do combustível no mercado mundial.
Investimentos com apoio do FMI
Para aumentar o volume de exportação no país em 2010, o FMI pretende apoiar o Governo de Moçambique na área de investimentos em infra-estruturas de transportes e de energia. Assim sendo, é necessário que os investimentos alcancem altas taxas de retorno, capazes de multiplicar os investimentos privados, o que passa por “seguir uma abordagem cuidadosa no que diz respeito ao acesso a crédito externo não concessional por parte do Governo”, afirmam os especialistas do FMI, acrescentando que estas medidas irão permitir a preservação de um bom desempenho e estabilidade macroeconómica”. Na ocasião, Fischer afirmou que uma das prioridades do FMI para este ano será o apoio à iniciativa do Governo na retirada de estímulos monetários e fiscais iniciados em 2009, através da restauração de políticas anteriores. (Bruna Chabane)
|