Verónica Macamo falava aos jornalistas a propósito da participação de Moçambique no encontro do Parlamento Pan-Africano, realizado durante uma semana na cidade de Midrand, África do Sul, que abordou, entre outras, a questão de paz e segurança em África.
O Parlamento Pan-Africano propôs aos governos do continente o envio de forças de manutenção de paz para Somália, por considerar que a situação sociopolítica “é há muito insustentável”, disse a presidente da Assembleia da República de Moçambique.
A Zâmbia e o Quénia comprometeram-se a enviar militares para aquele país em conflito há décadas e sem governo desde 1991, disse a dirigente.
“Vamos colocar a questão ao governo moçambicano para avaliar a proposta”, disse Verónica Macamo, afirmando que a iniciativa visa evitar que seja sempre a ONU a intervir em conflito nos países africanos.
“A Somália é uma prioridade” e a sua eleição “foi por questões óbvias: há muito que a situação é insustentável na Somália”, disse a presidente da Assembleia da República de Moçambique.
A Somália vive uma situação de caos político e militar desde 1991, quando líderes de clãs tribais, conhecidos como “senhores da guerra”, derrubaram o Governo do ditador Siad Barre e dividiram o país com ajuda de milícias armadas.
A crise agudizou a partir de 2006, quando a antiga União das Cortes Islâmicas (UCI) entrou em conflito com ajuda de sua ala armada, Al-Shabab, que lançou a jihad (guerra santa) à qual se uniram depois outros grupos fundamentalistas islâmicos menores.
O Parlamento Pan-Africano discutiu igualmente os problemas da Costa do Marfim, Madagáscar e Guiné-Bissau, onde a situação retornou à calma esta semana.
A propósito, Verónica Macamo defendeu o “diálogo permanente” para colmatar a situação de conflito na Guiné-Bissau.
No passado dia 01 de abril, a Guiné-Bissau voltou a passar por momentos de instabilidade, quando militares liderados pelo antigo chefe da Armada almirante José Américo Bubo Na Tchuto e pelo número dois do Estado Maior General das Forças Armadas, António Indjai, detiveram o primeiro ministro, Carlos Gomes Júnior, e o CEMGFA, almirante Zamora Induta. O primeiro ministro acabou por ser libertado horas depois.
Fonte: Inforpress
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