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"Eu tenho um grande empenho em que possam ser desenvolvidas as relações económicas entre Portugal e Moçambique, que progrediram muito em termos de comércio bilateral nos últimos anos", declarou Sócrates numa conferência de imprensa conjunta com o presidente moçambicano, Armando Guebuza, antes da assinatura de acordos de cooperação entre Portugal e Moçambique, em São Bento.
"Tenho a absoluta consciência que a decisão que ambos tomamos sobre Cahora Bassa contribuiu para isso", referiu o primeiro ministro. Segundo Sócrates, "eliminou, digamos assim, a última pedra no sapato que restava do nosso passado. Estamos agora prontos para construir um futuro melhor e vamos construí-lo em benefício do povo moçambicano e em benefício do povo português".
A transferência da hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), em território moçambicano, de Portugal para Moçambique aconteceu em 2007.
O Governo português passou a ter apenas 15 por cento do capital da hidroelétrica (dos 82% que possuía até então), ficando o restante sob controlo moçambicano, num negócio que ultrapassou os 950 milhões de dólares (714 milhões de euros).
"Nós queremos estar ao vosso lado no desenvolvimento em Moçambique", disse Sócrates, acrescentando que o governo e as empresas portuguesas estarão a batalhar "para que deste desenvolvimento económico possa resultar uma relação entre os nossos dois povos que honrem a nossa história comum".
Para o primeiro ministro, "o desafio da economia global obriga-nos a ligarmos forças para que possamos competir juntos na economia global cada vez mais exigente."
Os 10 projetos de cooperação assinados hoje entre os dois países estão ligados às áreas da educação, investigação científica, transporte aéreo, segurança social, turismo, hotelaria, energia e construção.
"No ano passado e, sobretudo este ano, demos um salto qualitativo importante na cooperação económica. Esta cooperação económica, que um lado tem os empresários portugueses e moçambicanos, apoiados pelos dois governos, vai transformar para melhor o nosso país", declarou Armando Guebuza na conferência de imprensa.
O presidente moçambicano disse que é necessário trabalhar para que o resultado desta cooperação com Portugal apareça o mais rápido possível porque "a pobreza é impaciente".
O presidente Guebuza, que encerra esta sexta-feira a visita oficial de dois dias a Portugal, irá ainda esta sexta-feira encontrar-se com a comunidade moçambicana e participar num seminário económico com empresários portugueses e moçambicanos.