A Expofranchising volta a abrir portas nos dias 7,8 e 9 de Maio. Se esta opção de futuro o atrai, conheça os factores-chave para se lançar nesta aventura.
Investir num ‘franchising' é percorrer o caminho pela mão de quem já por lá passou. É ter a garantia que outros singraram tendo por base exactamente as mesmas ferramentas. Razões mais do que suficientes para atrair muitos interessados, ou somente curiosos, à maior montra de ‘franchising' nacional. A Expofranchise abre portas nos próximos dias 7, 8 e 9 de Maio, no Centro de Congressos de Lisboa, e conta este ano com a presença de mais de 150 expositores. "Esta feira é uma verdadeira visita guiada pelo ‘franchinsing'. Os interessados podem aqui encontrar uma espécie de percurso que passa por três áreas distintas: inspiração, orientação e concretização", explica Andreia Jotta, directora do Instituto de Informação em Franchising.
Em 2009, o volume de negócios deste sector atingiu os 5,044 mil milhões de euros, o que representa 3,1% do PIB. Actualmente operam em Portugal 524 redes, mais 80 face ao ano anterior, com 11.500 unidades em funcionamento, o que representa um crescimento líquido de 5,2%. Números atractivos. Mas significa isto que o sucesso é garantido? Não. Ter sucesso como ‘franchisado' obedece a alguns requisitos e implica um longo trabalho de casa. Se esta é uma opção que o atrai, Diário Económico deixa-lhe aqui as coordenadas para o orientar nesta caminhada.
Investir em marcas "desconhecidas"
Pensar num ‘franchising' é pensar em marcas conhecidas e reconhecidas pelo grande público, já implantadas e credibilizadas no mercado. Mas da longa lista de ‘franchisings' disponíveis, uma minoria cumpre este requisito. Marcas como "Casa Rocha", "Abacate", "Pátio do Recreio" ou "Vila Azul", possivelmente não lhe soarão familiares. Porque pagar então direitos de entrada, investimentos iniciais, ‘royalties' ou taxas de publicidade, no valor de alguns milhares de euros, para ter acesso a uma marca que poucos conhecem? Porque quem investe num ‘franchising' não compra apenas o direito ao uso da marca e aplicação do conceito, compra também o conhecimento e a experiência que o ‘franchisador' tem do negócio e que lhe é passado através de um processo de formação inicial e, em alguns casos, também contínua. Além disso, "beneficia das mais-valias de apresentar conceitos vencedores já testados, das sinergias de trabalhar em rede e de uma economia de escala", explica Andreia Jotta.
Perguntar, perguntar e perguntar
Obter o máximo de informações antes de fechar negócio é essencial, e não só através do ‘franchisador', mas principalmente através de outros ‘franchisados'. Contacte o maior número possível, de modo a reunir vários testemunhos sobre a sua experiência e viabilidade do negócio. Não se esqueça de que é mais importante conhecer os pontos fracos do que os pontos fortes do negócio. Tente também obter o máximo de informação sobre a empresa onde está a investir: Como está estruturada a marca, número de unidades existentes, há quanto tempo estão a funcionar, que tipo de apoio proporciona aos ‘franchisados', plano de investimento e respectivo retorno, estratégia de marketing e comunicação, principais dificuldades na condução do negócio. E também importante: verifique se o próprio ‘franchisador' tem algumas lojas próprias. Afinal, se o negócio for bom, não há à partida razão para que o próprio não invista.
Seleccione as oportunidades
Embora não exista, na maioria dos casos, a necessidade de experiência ou formação prévia no ramo onde possa estar interessado - o que até poderá ser benéfico já que evita vícios - é recomendável que tenha afinidades com o negócio ou com o sector. Ou seja, que tenha gosto pela área de actividade. Este é o primeiro factor fundamental para começar a seleccionar as oportunidades. O segundo será a sua capacidade de investimento. Através do site infofranchising.pt consegue aceder aos franchisings disponíveis em Portugal e aos respectivos de montantes de investimento inicial. Depois de seleccionar as marcas ou os sectores que lhe interessam, analise o prestígio das marcas, os aspectos que distinguem o conceito de negócio da concorrência e se este já foi testado com sucesso no mercado nacional. Tenha ainda em atenção a concorrência a nível local e o público-alvo.
Perfil de ‘franchisado'
É necessário distinguir o perfil técnico do perfil de gestor. Um bom vendedor imobiliário, por exemplo, pode não ter obrigatoriamente o perfil necessário para abrir uma imobiliária. O perfil de um ‘franchisado' terá de ser o de um gestor, alguém que vê o negócio como um todo. Uma das suas principais funções passa por reunir, motivar e liderar uma equipa de trabalho, a fonte principal do sucesso do negócio. Além disso, alguém muito inovador pode também não se adaptar a este modelo, já que terá de respeitar o modelo já criado.
Um percurso em cinco etapas
Aderir ao ‘franchising' já não implica obrigatoriamente um investimento milionário. A recente crise trouxe a "necessidade de criar estruturas de custos mais flexíveis e menos exigentes para os potenciais investidores", explica Andreia Jotta, directora do Instituto de Informação em Franchising (IIF). E adianta: "Isto deu origem ao aparecimento de uma nova geração de modelos de negócio, as chamadas oportunidades ‘low cost'. Traduzindo em números, 58% das oportunidades de negócio pressupõe hoje um investimento até aos 50 mil euros. Para os interessados, a directora do IIF resume o percurso em cinco etapas.
É essencial que exista um interesse genuíno pela área de actividade que se pretende iniciar.
- capacidade de investimento
Tem de garantir que possui a capacidade de investimento adequada à actividade seleccionada.
Deve recolher o máximo de informação sobre o negócio em causa, bem como o que implica investir num modelo ‘franchisado', nomeadamente se tem perfil para esta estrutura.
Depois de seleccionar as marcas em que poderá estar interessado, deve analisá-las a fundo.
Deve terminar a sua análise contactando outros ‘franchisados' questionando sobre a relação do ‘franchisador' com a rede e as dificuldades diárias do negócio.
O que tem de pagar
É pago ao ‘franchisador, normalmente aquando da assinatura do contrato, e funciona como uma espécie de "jóia" pelas vantagens de se tornar membro de uma cadeia já estabelecida no mercado e pelo uso da marca. Regra geral, está já incluído no valor do investimento inicial.
É o valor total de que o futuro ‘franchisado' necessita para arrancar com o negócio. Não inclui o investimento imobiliário, mas deverá incluir tudo o resto: equipamento, obras, mobiliário, direito de entrada e fundo de maneio.
Em geral, são pagos todos os meses, podendo ser uma percentagem da facturação ou um valor fixo. É um pagamento pelo uso contínuo da marca e do conceito do ‘franchisador', além dos serviços essenciais de apoio que este deverá prestar ao ‘franchisado'.
É uma contribuição que todas as lojas ‘franchisadas' e próprias fazem para um fundo comum a ser aplicado na promoção da marca. Não deve ser visto como uma fonte de lucro do ‘franchisador', que deve geri-lo e justificar sempre a sua correcta utilização.
http://economico.sapo.pt/noticias/como-criar-o-seu-negocio-atraves-do-franchising_88293.html