O ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete, garantiu hoje aos jornalistas que a construção da barragem Mpanda Nkuwa deverá arrancar dentro do prazo previsto, em 2011.
Com um potencial de produção de 1.500 megawatts de energia (Cahora Bassa tem uma capacidade de cerca de 2.075 megawatts), a barragem de Mpanda Nkuwa custará 2,1 mil milhões de euros.
O empreendimento será construído a 60 quilómetros da congénere de Cahora Bassa, na província de Tete, no centro do país, e utilizará também o potencial do rio Zambeze para produção de energia eléctrica.
"O projecto Mpanda Nkuwa está a ser implementado por um consórcio e está a realizar diversas etapas do projecto. Ainda não estamos fora do prazo. Está a decorrer o estudo de impacto ambiental, acordos de compra e venda de energia. Se tudo correr bem vai fechar dentro dos prazos previstos", disse Salvador Namburete.
O Fundo Monetário Internacional disse recentemente que a resposta dos países pobres da África subsaariana, nomeadamente Moçambique, à crise contribuiu para que as nações africanas sofressem uma contracção menos forte.
Hoje Salvador Namburete discutiu com a Comissária da União Africana para as áreas das Infra-estruturas e Energia, Elham Ibrahim, sobre diversos planos energéticos em curso em Moçambique. No encontro a responsável africana e o governante moçambicano abordaram questões sobre a Espinha Dorsal, maior projecto de transmissão de energia dentro do país: Maputo-Tete, programas da HCB, nomeadamente o de expansão de ligações ao nível regional, bem como projectos térmicos e de gás.
O jornal Notícias, publicado a partir de Maputo, diz hoje que o Botswana pretende comprar mais energia a Moçambique, proveniente da hidroeléctrica de Cahora Bassa, para reduzir o seu défice, estimado em cerca de 380 megawatts.
O acordo existente entre os dois países assenta numa base não firme, o que significa que Moçambique pode reduzir, se necessário, os cerca de 50 megawatts de energia que actualmente fornece ao Botswana.
Num encontro recente entre os ministros da energia dos dois países, o ministro tswana dos Recursos Minerais e Hídricos, Ponatshego Kedikilwe, solicitou a Moçambique que, na impossibilidade de aumentar os 50 megawatts, estabeleça a quantidade de energia que está disposto a fornecer numa base firme.
Salvador Namburete disse hoje que o país não está em condições de garantir um acordo em base firme, pois necessita de energia, nomeadamente para "a expansão da electrificação rural que está a acontecer no país".
Oje/Lusa