De: percheiro (Mensaje original) |
Enviado: 01/06/2010 22:02 |
Alua pequena povoação pertencente ao Distrito de Nampula, e seus agricultores que tal como meu pai cultivavam café, algodão, milho girassol, além claro das "famosas" galinhas do mato. Elas ai estão, altivas de sua beleza, esquecendo contudo que sua sorte está traçada! Me lembro de ver os fazendeiros vestidos de balalaika e calção, não esquecendo o capacete que além de proteger do sol encobria algumas carecas, o que não era o caso do Sr. Percheiro. Eu teria nessa altura 14 anos, pelo que serei uma pobre contadora de histórias... A casa era enorme, paredes brancas, teto e chão de madeira, cozinha com mesa comprida e bancos corridos onde na hora da refeição, os filhos só se sentavam quando o pai chegava. Lembro vagamente o que se comia, mas além da habitual mandioca que fazia as vezes da batata, e outros, tinhamos o Javali que meu pai em suas caçadas trazia para casa. Algumas vezes os tais "espargos", que eu sempre fazia a boa acção de por, sem que o pai visse, no prato de alguns dos manos que logo olhavam uns para os outros, não me querendo denunciar... Eu era "danadinha"! Numa dessas noites em que o calor apertava, sentavamo-nos na varanda, nas cadeiras balanceiras, e as famosas redes, esperando o sono chegar. A certa altura fez-se noite, mas olhando para baixo, reparamos que era dia, então olhando para o alto reparamos que um enorme elefante estava mesmo ali, aos nossos pés... Pouco depois partia sem se virar,sempre em frente, a nossa sorte claro! E assim era nossa terra com cheiro a capim, a mutiana de capulana garrida, moendo farinha no seu pilão. Se ouvia os serões da Emissora Nacional fechando com o Hino do Silêncio, meu Deus como recordo com saudade todo eese tempo onde o tempo não contava, e mamana preta chorava o menino negro que que partira... Toda a noite a batucada se fazia ouvir acompanhada dos malditos mosquitos que não nos largavam. Continua São Percheiro 1 de Junho de 2010 |
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