Cerca de 50 moçambicanos chegam diariamente a Sofala em fuga de ameaças xenófobas na África do Sul
15 de Julho de 2010, 13:47
Cerca de 50 emigrantes moçambicanos que fogem das ameaças de ataques a estrangeiros na África do Sul chegam diariamente ao terminal rodoviário de Muxúngue, na província de Sofala, centro de Moçambique, escreve hoje o diário Notícias de Maputo.
O diretor do Instituto de Apoio aos Emigrantes de Moçambique, Armando Chissaque, em declarações à Lusa, não confirma esses dados, assumindo apenas que a instituição “está em alerta e a monitorar a situação”, que “por enquanto não passa de uma simples ameaça”.
Segundo o Notícias, diário de maior circulação em Moçambique, os emigrantes que desembarcam em Muxúngué, de onde partem autocarros para vários pontos do centro e norte de Moçambique, afirmam ter fugido da África do Sul por temerem atos de violência xenófoba.
Em 2008, cerca de 30 mil moçambicanos viram-se obrigados a fugir da África do Sul na sequência de uma onda de xenofobia que afetou o país, provocando dezenas de mortos e a destruição de bens de estrangeiros.
Mateus Sithole, um dos emigrantes ouvidos pelo Notícias em Muxúngué, com residência na região sul-africana de Western Cape, disse que decidiu voltar a casa porque “a qualquer momento pode acontecer a desgraça”.
“Aqueles nossos vizinhos (sul-africanos) são imprevisíveis”, declarou Mateus Sithole.
Contactado pela Lusa em Maputo, o diretor do Instituto de Apoio aos Refugiados, organismo tutelado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros moçambicano, Armando Chissaque não confirmou a ligação entre o atual fluxo de emigrantes em Muxúngue e a ameaça de xenofobia na África do Sul, mas garantiu que “as autoridades moçambicanas estão em alerta e a monitorar a situação”.
“As nossas missões diplomáticas na África do Sul, embaixada e consulados, têm-nos dado relatórios periódicos, que nos permitirão avaliar a gravidade da situação. Mas até agora tudo não passa de uma ameaça”, frisou Armando Chissaque. O diretor do Instituto de Apoio aos Emigrantes disse que o Governo está pronto a ativar um plano de emergência para acolher os moçambicanos que queiram voltar ao país, devido à tensão que se vive na África do Sul.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
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O diretor do Instituto de Apoio aos Emigrantes de Moçambique, Armando Chissaque, em declarações à Lusa, não confirma esses dados, assumindo apenas que a instituição “está em alerta e a monitorar a situação”, que “por enquanto não passa de uma simples ameaça”.
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