Andei vasculhando e encontrei esta mutiana que achei bem parecida com a mulher do meu mainato António, dando a chima a comer ao filho que não parece muito interessado.
Quantas vezes me sentei numa esteira assim... até cheguei algumas vezes a dormir nela, hoje já não seria capaz, minhas "cruzes" como diria minha sogra não deixariam!
Esta é uma das minhas histórias feitas em cima do joelho, com algumas gralhas, mas com todas as histórias verdadeiras, das minhas aventuras e desventuras; de uma mulher simples que nunca teve pretenções a escritora, apenas adora conversar, pincelando suas façanhas com algum colorido, e muitas vezes algumas lágrimas á mistura... No ano que terminou foram mais as percas que os ganhos, mas como sempre me erguia novamente agarrando-me á esperança de um novo dia melhor.
Termina o ano, minhas histórias, os escombros do que foi outrora um bairro de tabuínhas alinhadinhas, e onde hoje só habitam sombras!
Há mais de uma semana que não vou ao café do costume... que será do meu personagem com cara de mordomo?! Será que está melhor? E aquele senhor sempre lendo o jornal com a inorme lupa qe sempre gentilmente me convidava a partilhar a mesa... Acho que vou calçar minhas sandálias e dou lá um salto...
Hoje me lembrei particularmente da minha terra, das festas de passagem de ano que eu mesma organizava sempre com a valiosa ajuda dos militares que só faltava me fazerem continencia... Tempos maravilhosos que não mais voltam, bolas, não quero acabar chorando, borrando a pintura que me esqueci de por!
Hoje o dia não foi dos melhores mas avante companheiro que dos fracos não reza a história.
É desta que vou recomeçar as aulas de línguas ( que não são de gato), e também terminei o 3º livro que se os Santinhos ajudarem será lançado lá para meios de Setembro.
Por isso amigas e amigos leitores que como eu ou mais, carregam fardos por vezes bem grandes, não desanimem, não entreguem os pontos.
Não espero ser Camóes nem Saramago, mas serei eu a mulher macua.
São Percheiro