“Quissico, a vila que esconde uma das mais belas lagoas do país, acolheu, sábado e domingo, o M’saho, manifestação cultural que este ano se dedicou à celebração da unidade nacional
Depois do VI Festival Nacional de Cultura, que teve lugar em Chimoio, a vila de Quissico, no distrito de Zavala, vestiu de cor e alegria para mais uma edição do M’saho, a festa da timbila, instrumento outorgado património cultural da humanidade, pela UNESCO.
No evento, participaram 16 orquestras, envolvendo 500 artistas de diferentes pontos da província de Inhambane, nomeadamente, Zandamela, Zavala, Maxixe, Inharrime, bem como de alguns pontos da província de Gaza, com destaque para Chidenguele e Zandamela, que emprestaram cor e alegria à festa.
Além de momentos de música, o evento contou com workshops, cujo propósito foi a troca de experiências entre os timbileiros. Para requintar a festa, o governo do distrito de Zavala, em coordenação com a Associação dos Amigos e Naturais de Zavala (AMIZAVA), mobilizou cinco cabeças de gado bovino e 15 caprinos, como forma de estimular os marimbeiros, os verdadeiros actores da festa.
Refira-se que mesmo os problemas de energia que se verificaram durante os dois dias da festa não foram capazes de manchar o evento, que constitui uma oportunidade de intercâmbio cultural, social, turístico, científico, artístico e económico entre os diferentes operadores de Zavala e do país em geral.
O lema deste ano é transmitir a ideia de consolidação da Independência Nacional através da unidade nacional, sendo que a cultura, segundo o ministro da Cultura, Armando Artur, é o veículo mais certo para o efeito.
“E não há melhor maneira de celebrar, senão com a timbila, que hoje está acima das gentes de Zavala ou da tribo chope. Também vamos estudar com o governo distrital a forma de aumentar as bancadas e fechar o recinto do Miradouro. Com este, pretendemos que as pessoas de fora de Zavala passem a pagar algo para assistir ao festival, como forma de colectar fundos para preservar a vila e ajudar os artistas”, rematou.
Por seu turno, o secretário-geral da Associação dos Amigos e Naturais de Zavala (AMIZAVA), Rodrigues Mário, aproveitou a ocasião para apelar aos jovens a visitarem o museu local, como forma de aprofundar os conhecimentos sobre a história da timbila.
Diga-se que a preservação das marimbas obrigou a AMIZAVA a desencadear, ao abrigo de uma parceria com a UNESCO, um conjunto de iniciativas visando o plantio do mwenje, uma árvore selvagem através da qual se extrai a madeira que é usada para a produção das marimbas.