Olá meu bom e velho amigo
Como me tenho lembrado de ti... esta noite pouco dormi recordando todos aqueles belos momentos, e foram tantos que passei a teu lado.
Nem sempre estavamos junto, a minha casa de asas brancas ficava bem longe e nem sempre as malditas máquinas me davam permissão para correr e ir ao teu encontro.
Como eram lindos os poucos momentos em que tinha permissao para sair...
Tu eras sempre o mesmo, cabelo um pouco grisalho e desalinhado que meus dedos esguios branquelas te passeavam o rosto... Ali eu esquecia meu desgosto quando olhava a desarrumação da pequena saleta que dava para um varandim florirdo.
Os quadros eram obras primas inacabadas por todo os lado, a minha ficou por acabar faltam as pernas teimosas como as folhas que espalhadas pelo livro já amarelecido pelo tempo.
Só ficou o esboço de uma menina teimosa, de cujos olhos guardavam um mundo de esperança. e mesmo essa eu perdi quando soube que tinha partido levando contigo a menina que ficava..
São Percheiro 5 de Setembro