Criança de África
do mundo, de todas as raças e credos.
Sei que choras o luto da mãe preta que
a guerra levou...
Sei que tens fome pois nada restou.
Criança mutilada de barriga vazia,
olhos onde o horror da guerra está espelhada
na tua alma vazia...
Hoje criança africana minha irmã
na cor do amor onde nada nos separa.
Mas sei que estás triste
mamana preta morreu á beira do rio
onde ardeu tua palhota
que a guerra destruíu...
Hoje mãe preta já não volta, e sei
quanto é grande tua revolta, mas tu
és forte não choras,
como o tronco do velho cajueiro que um dia
vai mostrar ao mundo quanto é injusta
cruel esta guerra fria...
E tu vais voltar a sorrir menino de África
e um dia vais poder mostrar ao filho que nascer
uma nova esperança de alegria!
São Percheiro