Maputo, conhecida como a cidade das acácias, completa hoje, dia 10 de Novembro, 123 anos de elevação a cidade. Mas, muito antes disso, já povos de várias paragens demandavam a sua costa, embora fosse mais acima, da foz do Zambeze para norte, que se concentravam as grandes trocas comerciais, primeiro com os árabes e depois, a partir do século XV, com os portugueses.
Após a fundação, em 1544, pelo comerciante português Lourenço Marques de uma feitoria – a partir daí a zona começou a ser conhecida pelo seu nome – a região da actual Maputo – conheceu um interregno grande na sua exploração. Só na segunda metade do século XIX, quando se dá início à corrida a África por parte das grandes potências europeias, é que a região volta a ser alvo de disputa, desta vez entre portugueses e ingleses.
Em 1861, o conflito atinge o seu auge, sendo necessário recorrer à arbitragem do general francês Mac-Mahon, que havia sido presidente daquele país. Este reconhece, em 1875, os direitos da parte portuguesa. Intensifica-se então a fixação de população na área que já recebera um plano urbanístico, em 1867. Dez anos mais tarde, em 1877, o povoado é elevado à categoria de vila e a 10 de Novembro de 1887 a cidade, por meio de um Decreto do Rei de Portugal. Deste modo, esta última data é o "feriado municipal", ou seja, é o dia que hoje se comemora.
Onze anos depois, em 1898, Lourenço Marques tornou-se finalmente capital da colónia portuguesa de Moçambique, substituindo a Ilha. A partir dos anos 40’ e 50’ do século XX, e sobretudo ao longo das décadas sessenta e setenta, a urbe expandiu-se comercial, industrial e residencialmente, beneficiando do crescimento económico e investimento que a colónia então sofreu.
Já uns meses depois da independência nacional, a cidade passou a designar-se, por decisão do então presidente Samora Machel, anunciada num comício popular a 3 de Fevereiro de 1976, Maputo. Esta alteração foi formalizada a 13 de Março desse ano.
O novo nome provém do Rio Maputo, que marca parte da fronteira sul do país e que, durante a guerra pela independência de Moçambique, adquirira grande ressonância através do slogan "Viva Moçambique unido do Rovuma ao Maputo" (o Rovuma é o rio que forma a fronteira com a Tanzânia, a norte). Com a independência, a cidade sofreu um imenso afluxo populacional, devido à guerra civil travada no interior do país (1976-1992) e à falta de infra-estruturas nas zonas rurais. O natural crescimento demográfico faria também com que a cidade se transformasse muito ao longo dos anos 1980 e 90. Hoje, a Grande Maputo conta com 2 milhões e meio de habitantes.
Para além destas duas designações, a cidade e a sua área também foram conhecidas por outros nomes, tais como Baía da Lagoa, Xilinguíne ou Chilunguíne (local onde se fala a língua portuguesa), Mafumo, Camfumo ou Campfumo (do clã dos M'pfumo, o reino mais importante que existia nesta região), Delagoa e Delagoa Bay, sendo esta designação mais conhecida internacionalmente pelo menos até aos primeiros anos do século XX. A partir de 2010, o distrito municipal nº 1 foi nomeado KaM'pfumo, celebrando assim aquele nome histórico.
Cristóvão Araújo
SAPO MZ
Após a fundação, em 1544, pelo comerciante português Lourenço Marques de uma feitoria – a partir daí a zona começou a ser conhecida pelo seu nome – a região da actual Maputo – conheceu um interregno grande na sua exploração. Só na segunda metade do século XIX, quando se dá início à corrida a África por parte das grandes potências europeias, é que a região volta a ser alvo de disputa, desta vez entre portugueses e ingleses.
Em 1861, o conflito atinge o seu auge, sendo necessário recorrer à arbitragem do general francês Mac-Mahon, que havia sido presidente daquele país. Este reconhece, em 1875, os direitos da parte portuguesa. Intensifica-se então a fixação de população na área que já recebera um plano urbanístico, em 1867. Dez anos mais tarde, em 1877, o povoado é elevado à categoria de vila e a 10 de Novembro de 1887 a cidade, por meio de um Decreto do Rei de Portugal. Deste modo, esta última data é o "feriado municipal", ou seja, é o dia que hoje se comemora.
Onze anos depois, em 1898, Lourenço Marques tornou-se finalmente capital da colónia portuguesa de Moçambique, substituindo a Ilha. A partir dos anos 40’ e 50’ do século XX, e sobretudo ao longo das décadas sessenta e setenta, a urbe expandiu-se comercial, industrial e residencialmente, beneficiando do crescimento económico e investimento que a colónia então sofreu.
Já uns meses depois da independência nacional, a cidade passou a designar-se, por decisão do então presidente Samora Machel, anunciada num comício popular a 3 de Fevereiro de 1976, Maputo. Esta alteração foi formalizada a 13 de Março desse ano.
O novo nome provém do Rio Maputo, que marca parte da fronteira sul do país e que, durante a guerra pela independência de Moçambique, adquirira grande ressonância através do slogan "Viva Moçambique unido do Rovuma ao Maputo" (o Rovuma é o rio que forma a fronteira com a Tanzânia, a norte). Com a independência, a cidade sofreu um imenso afluxo populacional, devido à guerra civil travada no interior do país (1976-1992) e à falta de infra-estruturas nas zonas rurais. O natural crescimento demográfico faria também com que a cidade se transformasse muito ao longo dos anos 1980 e 90. Hoje, a Grande Maputo conta com 2 milhões e meio de habitantes.
Para além destas duas designações, a cidade e a sua área também foram conhecidas por outros nomes, tais como Baía da Lagoa, Xilinguíne ou Chilunguíne (local onde se fala a língua portuguesa), Mafumo, Camfumo ou Campfumo (do clã dos M'pfumo, o reino mais importante que existia nesta região), Delagoa e Delagoa Bay, sendo esta designação mais conhecida internacionalmente pelo menos até aos primeiros anos do século XX. A partir de 2010, o distrito municipal nº 1 foi nomeado KaM'pfumo, celebrando assim aquele nome histórico.
Cristóvão Araújo
SAPO MZ