Maputo (Canalmoz) – O novo terminal internacional de passageiros do Aeroporto Internacional de Mavalane foi oficialmente inaugurado na última sexta-feira mas o voo da TAP de sábado ainda mereceu todos os procedimentos na velha aerogare. O governo chinês financiou a empreitada. As obras tiveram início em Março de 2008. Incluiu primeiramente a construção de um novo terminal de carga que já em funcionamento. O velho terminal de carga estava implantado em parte do terreno ora ocupado pelo novo terminal internacional. Esta fase da empreitada inclui ainda novo edifício VIP-Presidencial e uma nova torre de controlo. As obras foram projectadas e executadas por uma empresa chinesa. O financiamento da República Popular da China foi de 80 milhões de dólares norte-americanos. Estiveram envolvidos nas obras 1501 trabalhadores dos quais 1078 são moçambicanos e os restantes chineses. O terminal internacional já vinha operando desde 28 de Outubro, em regime experimental e exclusivamente para voos das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). Com a inauguração oficial, na última sexta-feira, a nova aerogare internacional, segundo as autoridades aeronáuticas, está disponível para voos de todas as companhias nacionais e estrangeiras. Foi ainda revelado que concluída a primeira fase seguir-se-á uma outra que vai consistir na construção de uma moderna terminal doméstica e um novo quartel de bombeiros, e a reabilitação, por completo, da pista e caminhos de circulação. Quando as duas fases estiverem concretizadas estima-se que terão sido investidos 80 milhões de dólares americanos na primeira fase e 110 milhões USD, na segunda, 190 mUSD no total. De acordo com o presidente do Conselho de Administração (PCA) dos ADM, Manuel Veterano, a instituição tem outros projectos em carteira directamente ligados com o aeroporto de Maputo. Anunciou que com a participação do sector privado vai ser construído um hotel, uma nova área de escritórios e uma área comercial. “Todas estas acções tornarão o aeroporto de Maputo um local moderno segundo o padrão e qualidade internacional”, disse o PCA dos ADM. O novo terminal internacional de passageiros tem capacidade para atender 900 mil passageiros por ano. Está dotado de algumas facilidades modernas como seja o uso de ‘mangas’ (pontes) para embarque e desembarque de passageiros e um sistema de check in moderno. O parque de estacionamento tem capacidade para mais de 600 viaturas. A construção do terminal internacional de passageiros, de acordo com Manuel Veterano, está inserida no projecto de modernização e ampliação das infra-estruturas aeroportuárias que a empresa ADM está a levar a cabo, não só em Maputo, mas também em diversos aeroportos e aeródromos do país, considerados prioritários.
Aeroporto não é sinónimo de desenvolvimento
Entretanto, o presidente da República, Armando Guebuza, considera que o Aeroporto Internacional de Maputo não é, em si, sinonimo de desenvolvimento de Moçambique, mas reflecte a dinâmica que o País está a registar. Por isso, considera Guebuza, estas infra-estruturas têm grande potencial para participar na geração desse desenvolvimento, enquadrado no conjunto de outras acções complementares, coordenadas e sincronizadas. Neste prisma, o presidente da República disse que a Comissão de Facilitação Turística é uma vez mais desafiada a assegurar em primeiro lugar a identificação dos obstáculos que se colocam, quer a montante quer a jusante deste empreendimento, para a sua exploração plena, tendo em vista uma maior dinamização da actividade económica e social em Moçambique. Em segundo lugar, segundo o chefe de Estado, a Comissão de Facilitação Turística deve impor o fortalecimento das sinergias dentro da instituição governamental e a consolidação das parcerias destas com outros actores do sector público, do sector privado e da sociedade civil. “Melhor coordenados estes diferentes intervenientes poderão maximizar as oportunidades diversas que este novo empreendimento traz consigo para o benefício, em primeiro lugar de Moçambique e do seu povo”, disse Armando Guebuza. Acrescentou ainda que com a nova arquitectura que vai adquirindo, o aeroporto de Maputo não seja apenas como um mero terminal de passageiros e carga ou um ponto de mudança de meios de transporte, isto é, de uma aeronave para uma viatura ou vice-versa. “Queremos que esta infra-estrutura também seja vista e explorada como um atractivo turístico, um local de lazer e de compra e venda de produtos de qualidade”.
Entregamos uma esperança
Por seu turno, o embaixador chinês em Moçambique, na qualidade de representante do financiador do projecto, disse que para a China a entrega das obras não significa a entrega de uma obra, mas, sim, a entrega de uma esperança. “Esperamos que o aeroporto de Maputo possa manifestar da melhor forma a boa imagem de Moçambique, facilitar o contacto dos moçambicanos com todo o mundo, e acelerar os serviços de aviação civil moçambicanos e ainda que fortalecer os laços de amizade entre os dois países”. Para além do projecto de aeroporto de Maputo, o embaixador chinês disse que ainda este ano vão igualmente ser inaugurados o Estádio Nacional de Zimpeto, o edifício onde vai funcionar a Procuradoria-Geral da República, entre outros empreendimentos, todos com o financiamento do governo do seu país. (Egídio Plácido)
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