Manuela, As minhas desculpas, por não ter respondido, em tempo útil à tua pergunta sobre EDUARDO WHITE. Aqui fica a informação que recolhi na "internet": NOTA BIOBIBLIOGRÁFICA Escritor moçambicano, Eduardo Costley White nasceu em Quelimane (Moçambique), a 21 de Novembro de 1963. O poeta integrou um grupo literário que fundou, em 1984, a Revista Charrua. Junto a outros poetas, colaborou também com a Gazeta de Letras e Artes da Revista Tempo, publicação cuja importância, assim como Charrua, foi indiscutível para o desenvolvimento da literatura moçambicana. Por intermédio desses periódicos, afirmou-se um fazer poético intimista, caracterizado pela preocupação existencial e universalizante. Charrua não compreendeu publicações ligadas a qualquer movimento literário. A pluralidade de suas idéias a impedia desse comprometimento restrito: “publicávamos desde o Pessoa até ao Aimé Césaire”. Seu vínculo mantinha-se somente com “um grupo de jovens que queria mostrar o seu trabalho”. Já pelo nome a Revista sugeria “uma geração de contestatários” empenhados em confeccionar um veículo literário caracterizado pelas rupturas. Ao desfiar suas lembranças, White reavaliou os intentos dos escritores envolvidos nessa iniciativa: “o que pretendíamos não era bem destruir, mas [...] mexer a literatura estatal [...], desaplaudi-la, criticá-la, mas propondo coisas nossas [...], coisas novas, coisas que nós achávamos naquela altura [...]. Nós como escritores vivíamos num país onde a literatura medíocre era aplaudida: todos os dias via-se no jornal a promoção à literatura do chavão, do viva, [...] da bajulação. E então nós propusemos: vamos escangalhar isso, trazer coisas provocar momentos em que possa vir até nós literatura boa” (WHITE, in: LABAN, 1998, p. 1204-1205 apud Na ponta da pena: Moçambique em letras e cores, Cíntia Machado de Campos Almeida, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006 <www.letras.ufrj.br/posverna/mestrado/AlmeidaCMC.pdf>) Apresenta colaboração em imprensa lusófona e é autor dos seguintes livros: 1984 - Amar Sobre o Índico, Associação dos Escritores Moçambicanos; 1987 - Homoíne, Associação dos Escritores Moçambicanos; 1989 – O País de Mim, Associação dos Escritores Moçambicanos (Prémio Gazeta de Artes e Letras da Revista Tempo); 1992 - Poemas da Ciência de Voar e da Engenharia de Ser Ave, Editorial Caminho (Prémio Nacional de Poesia Moçambicana, 1995); 1996 - Os Materiais de Amor seguido de Desafio à Tristeza, Maputo, Ndjira / Lisboa, Ed. Caminho: 1999 - Janela para Oriente, Ed. Caminho; 2001 - Dormir Com Deus e Um Navio na Língua, Braga, Ed. Labirinto, (bilingue português/inglês; Prémio Consagração Rui de Noronha); 2002 - As Falas do Escorpião, (novela) Maputo, Imprensa Universitária; 2004 – O Manual das Mãos, Campo das Letras 2004 - O Homem a Sombra e a Flor e Algumas Cartas do Interior, Maputo, Imprensa Universitária; 2005 - Até Amanhã, Coração, Maputo, Vertical. A sua poesia está exposta no museu Val-du-Marne em Paris desde 1989. Em 2001 foi considerado em Moçambique a figura literária do ano e em 2004 recebe o Prémio José Craveirinha, atribuído pela Associação de Escritores Moçambicanos. OBRA POÉTICA Numa preocupação com as origens, Eduardo White tenta na sua poesia reflectir sobre a sua história e sobre Moçambique, numa tentativa de apagar as marcas da guerra e de dignificar a vida humana. Para isso, escreve através de um amor diversificado que pode ser pela amada, pela terra ou mesmo pela própria poesia, sempre num tom de ternura, de onirismo, de musicalidade e, por vezes, de erotismo. (“Eduardo White” in Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2008 http://www.infopedia.pt/$eduardo-white>) Moderníssimo, kafkiano, os seus textos apontam para uma leitura poética metalinguística, ou seja, em que os poemas, ao engendrarem a si mesmos, contam, paralelamente, a história de seu povo (amores, sofrimentos, opressões, miséria, estigmas das guerras, etc.) e a história da própria linguagem literária. (Suplemento Cultural e Literário JP Guesa Errante , 2005 http://www.guesaerrante.com.br/2005/11/29/Pagina125.htm> Empenhado em cantar o Amor, a fim de que a paz se consolidasse nos âmagos individual e nacional, White desenvolveu uma escrita poética que almejou erotizar uma terra acometida pelas degradantes conseqüências de sucessivas guerras. Exaltando a vida e tudo o que dela pulsasse, o poeta exibiu um eu-lírico marcadamente otimista, embora, muitas vezes, melancólico e indignado. […] Os versos de Eduardo White ultrapassaram o raio de visão do senso comum. Sem perder de vista os escombros, os cadáveres, os mutilados e a miséria, a poética do autor se propôs apontar caminhos e motivações para alcançar uma estabilização social. Nesse sentido, aprendemos com White que Amor e Poesia não significam instituições alienadas ou alienantes, visto que a própria mensagem poética, em O país de mim, nos tenha advertido: “ao amor não ponhas vendas, nunca, nem sequer aos poemas” (WHITE, 1989, p. 20). “Como explicar que um jovem escritor dê tanta importância ao tema lírico [do amor] num país tão marcado pela violência?” – questionou Michel Laban numa entrevista que integra o livro Moçambique: encontro com escritores. White justificou a seleção de seu material poético, grifando o canto subjetivo como um discurso de resistência e persistência da memória: “Antes de mais nada gostaria de ressaltar que a temática que eu usei nos dois livros11 é acima de tudo uma temática de protesto e também de relembrança. A minha geração é uma geração de guerra: da guerra colonial [...] e agora e sempre a guerra com a Renamo. O que eu procurei é levar ao leitor uma relembrança do que afinal está em nós ainda vivo, do que a gente acredita como sendo possível, como sendo real, que é o amor.” (WHITE, in: LABAN, 1998, p. 1179 apud ALMEIDA, 2006 <www.letras.ufrj.br/posverna/mestrado/AlmeidaCMC.pdf>). NOTA BIOBIBLIOGRÁFICA Escritor moçambicano, Eduardo Costley White nasceu em Quelimane (Moçambique), a 21 de Novembro de 1963. O poeta integrou um grupo literário que fundou, em 1984, a Revista Charrua. Junto a outros poetas, colaborou também com a Gazeta de Letras e Artes da Revista Tempo, publicação cuja importância, assim como Charrua, foi indiscutível para o desenvolvimento da literatura moçambicana. Por intermédio desses periódicos, afirmou-se um fazer poético intimista, caracterizado pela preocupação existencial e universalizante. Charrua não compreendeu publicações ligadas a qualquer movimento literário. A pluralidade de suas idéias a impedia desse comprometimento restrito: “publicávamos desde o Pessoa até ao Aimé Césaire”. Seu vínculo mantinha-se somente com “um grupo de jovens que queria mostrar o seu trabalho”. Já pelo nome a Revista sugeria “uma geração de contestatários” empenhados em confeccionar um veículo literário caracterizado pelas rupturas. Ao desfiar suas lembranças, White reavaliou os intentos dos escritores envolvidos nessa iniciativa: “o que pretendíamos não era bem destruir, mas [...] mexer a literatura estatal [...], desaplaudi-la, criticá-la, mas propondo coisas nossas [...], coisas novas, coisas que nós achávamos naquela altura [...]. Nós como escritores vivíamos num país onde a literatura medíocre era aplaudida: todos os dias via-se no jornal a promoção à literatura do chavão, do viva, [...] da bajulação. E então nós propusemos: vamos escangalhar isso, trazer coisas provocar momentos em que possa vir até nós literatura boa” (WHITE, in: LABAN, 1998, p. 1204-1205 apud Na ponta da pena: Moçambique em letras e cores, Cíntia Machado de Campos Almeida, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006 <www.letras.ufrj.br/posverna/mestrado/AlmeidaCMC.pdf>) Apresenta colaboração em imprensa lusófona e é autor dos seguintes livros: 1984 - Amar Sobre o Índico, Associação dos Escritores Moçambicanos; 1987 - Homoíne, Associação dos Escritores Moçambicanos; 1989 – O País de Mim, Associação dos Escritores Moçambicanos (Prémio Gazeta de Artes e Letras da Revista Tempo); 1992 - Poemas da Ciência de Voar e da Engenharia de Ser Ave, Editorial Caminho (Prémio Nacional de Poesia Moçambicana, 1995); 1996 - Os Materiais de Amor seguido de Desafio à Tristeza, Maputo, Ndjira / Lisboa, Ed. Caminho: 1999 - Janela para Oriente, Ed. Caminho; 2001 - Dormir Com Deus e Um Navio na Língua, Braga, Ed. Labirinto, (bilingue português/inglês; Prémio Consagração Rui de Noronha); 2002 - As Falas do Escorpião, (novela) Maputo, Imprensa Universitária; 2004 – O Manual das Mãos, Campo das Letras 2004 - O Homem a Sombra e a Flor e Algumas Cartas do Interior, Maputo, Imprensa Universitária; 2005 - Até Amanhã, Coração, Maputo, Vertical. A sua poesia está exposta no museu Val-du-Marne em Paris desde 1989. Em 2001 foi considerado em Moçambique a figura literária do ano e em 2004 recebe o Prémio José Craveirinha, atribuído pela Associação de Escritores Moçambicanos. OBRA POÉTICA Numa preocupação com as origens, Eduardo White tenta na sua poesia reflectir sobre a sua história e sobre Moçambique, numa tentativa de apagar as marcas da guerra e de dignificar a vida humana. Para isso, escreve através de um amor diversificado que pode ser pela amada, pela terra ou mesmo pela própria poesia, sempre num tom de ternura, de onirismo, de musicalidade e, por vezes, de erotismo. (“Eduardo White” in Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2008 http://www.infopedia.pt/$eduardo-white>) Moderníssimo, kafkiano, os seus textos apontam para uma leitura poética metalinguística, ou seja, em que os poemas, ao engendrarem a si mesmos, contam, paralelamente, a história de seu povo (amores, sofrimentos, opressões, miséria, estigmas das guerras, etc.) e a história da própria linguagem literária. (Suplemento Cultural e Literário JP Guesa Errante , 2005 http://www.guesaerrante.com.br/2005/11/29/Pagina125.htm> Empenhado em cantar o Amor, a fim de que a paz se consolidasse nos âmagos individual e nacional, White desenvolveu uma escrita poética que almejou erotizar uma terra acometida pelas degradantes conseqüências de sucessivas guerras. Exaltando a vida e tudo o que dela pulsasse, o poeta exibiu um eu-lírico marcadamente otimista, embora, muitas vezes, melancólico e indignado. […] Os versos de Eduardo White ultrapassaram o raio de visão do senso comum. Sem perder de vista os escombros, os cadáveres, os mutilados e a miséria, a poética do autor se propôs apontar caminhos e motivações para alcançar uma estabilização social. Nesse sentido, aprendemos com White que Amor e Poesia não significam instituições alienadas ou alienantes, visto que a própria mensagem poética, em O país de mim, nos tenha advertido: “ao amor não ponhas vendas, nunca, nem sequer aos poemas” (WHITE, 1989, p. 20). “Como explicar que um jovem escritor dê tanta importância ao tema lírico [do amor] num país tão marcado pela violência?” – questionou Michel Laban numa entrevista que integra o livro Moçambique: encontro com escritores. White justificou a seleção de seu material poético, grifando o canto subjetivo como um discurso de resistência e persistência da memória: “Antes de mais nada gostaria de ressaltar que a temática que eu usei nos dois livros11 é acima de tudo uma temática de protesto e também de relembrança. A minha geração é uma geração de guerra: da guerra colonial [...] e agora e sempre a guerra com a Renamo. O que eu procurei é levar ao leitor uma relembrança do que afinal está em nós ainda vivo, do que a gente acredita como sendo possível, como sendo real, que é o amor.” (WHITE, in: LABAN, 1998, p. 1179 apud ALMEIDA, 2006 <www.letras.ufrj.br/posverna/mestrado/AlmeidaCMC.pdf>). In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_White |