As zonas junto dos rios, desde os tempos mais longínquos, constituíram um pólo de atracção para os povos primitivos devido à abundância de alimentos. A Ponte da Pedra encontra-se próxima do Rio Tejo e no seu território corriam as Ribeiras da Atalaia, da Cardiga e de Santa Catarina. Toda esta zona foi frequentada pelo homem de Neandertal, 300 mil anos, como atesta as provas arqueológicas recolhidas na Ribeira da Atalaia, em pleno território da Quinta. Posteriormente foram estas terras romanizadas e conquistadas aos mouros. Numa terra fértil e abundante seria fácil a fixação de população.
A Ponte da Pedra, no século XVI, tinha uma importância estratégica fundamental uma vez que era ali que confinavam os concelhos de Santarém e da Atalaia (1). No numeramento de 1527 é referida a existência de uma ponte, certamente romana, que dividia, ao tempo, os 2 concelhos. Como é sabido foram os legionários (soldados) romanos que, com a ajuda das populações locais, iniciaram a construção de uma rede de estradas e pontes para unir as cidades mais importantes e permitir uma ligação rápida a Roma. Muitas dessas estradas e pontes ainda hoje existem. Recorda-se que o Itinerário de Antonino ligava Braga (BRACARA), ao Porto (CALE) e a Lisboa (OLISIPO), tinha CCXLIIII milhas, o equivalente a 361.5 km e passaria por Atalaia, calçada na Rua Luís Picciochi, onde foi possível ver um miliário e fonte centenária e daqui derivava a via Tomar-Évora, atravessando o rio Tejo em Tancos. No itinerário de Antonino são referenciados 6 miliários na cidade de Tomar, bem pertinho do Entroncamento antes da Golegã.
Já tive ocasião quando cheguei de África de visitar esta quinta onde então se fazia o bom leite que depois seria distribuído pelas leiteiras porta a porta no Entroncamento.
Depois os descendentes daquela que fora uma grande quinta com seu belo Palácio hoje completamente abandonado foram embora, e tudo ficou completamente ao abandono, o Palácio onde ainda se podem ver por entre a folhagem, as janelas de onde certamente belos pares por ali redopiavam, perto um pequeno riacho de água que nos fala de grandes histórias.
Dos belos cavalos restam as cocheiras, e um portão de ferro já enferrujado e um manto de folhas amareladas, sendo no entanto digno de uma visita.
São Percheiro