Os portugueses preocupam-se mais com a qualidade e frescura dos alimentos do que com os riscos para a saúde. Esta é, de resto, uma característica dos europeus, que associam o acto de comer ao prazer, conclui o Eurobarómetro, cujos resultados foram ontem divulgados. O preço surge em segundo lugar e antes dos riscos.
O inquérito procurou saber qual é a percepção que os consumidores europeus têm dos riscos alimentares. E a maioria "associa os alimentos ao prazer, preocupando-se mais com a escolha de alimentos frescos e saborosos (58%) ou o prazer das refeições com a família e com os amigos (55%)". O estudo foi encomendado pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos.
Menos de metade dos inquiridos (44%) refere preocupações com a procura de preços acessíveis ou satisfazer a fome. E apenas um em cada três se preocupa com a segurança alimentar (37%), e um em quatro aponta as questões nutricionais (23%), como a verificação dos nutrientes e calorias.
Portugal é o segundo país da União Europeia em que a qualidade e a frescura dos alimentos é a principal preocupação, com 86% dos consumidores a eleger este factor . O primeiro é a Lituânia, em que 88% dos inquiridos salientam a qualidade da comida. Outros europeus preocupam-se mais com os resíduos de pesticidas na fruta, vegetais e cereais; intoxicações provocadas por bactérias e salmonelas; aditivos como corantes, conservantes ou aromatizantes; antibióticos ou hormonas na carne e o bem-estar dos animais.
Os europeus dizem confiar nas autoridades públicas para garantir a segurança alimentar, mas divergem quanto à dependência dos pareceres científicos e instituições em relação a outros interesses. Quarenta e seis por cento dizem que os organismos da UE consideram a saúde dos consumidores mais importante que os lucros dos produtores e 42% discordam da afirmação. Mais de 81% acha que deveriam fazer mais por estilos de vida saudáveis.
por C.N.18 Novembro 2010
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