Até que acho o sabado um dia simpático, mas desde sempre o que já não acontece com o domingo, que acho um dia chato se não dermos corda á imaginação, e esta nem sempre abunda, vemos sem graça o tempo passar, e nos damos a pensar o que fizemos nós do tempo, em todo este tempo, onde fui menino, depois adulto, e agora que poderei dizer? É engraçado mas sempre me achei um pouco criança, quando muitas vezes a esperança faltava enquanto via a criança passar...
Percorri o meu destino giratório umas vezes para norte onde de espirito forte enfrentava as fortes nortadas... Limpava os olhos borrados de lápiz, levantava a cabeça sempre de naríz impinado e continuava, eu sabia que era olhada como bichinho de conta, fazendo de conta que não era comigo, no fundo eu sabia que além da curiosidade com que era olhada, também era acarinhada, era uma malta fixe a da minha mocidade, e tinha varios alcunhas (tal como hoje), "a avózinha dos cabelos negros, era a mais comum, mas eu não me sentia ferida pois sabia o quanto me queriam; quando me pegando ao cólo me atiravam ao mar, mas logo em seguida a boia que sabiam eu tinha de me agarrar...
Só aqui nestas terras tão diferentes da minha me sentia mal quando me olhavam, no cinema então era por demais, estou certa que por vezes nem ligavam á fita que estava passando e eu era a actriz, sempre adorei ver um bom filme numa boa sala de cinema comendo pipocas ou amendoins!
Tal como Luciana me sentia por vezes despida pelos olhares curiosos completamente nua!
Ontem fui ao café, quase os mesmo do costume, mas ai me sinto bem, falamos a mesma língua, vai lá uma moça giraça surda muda nada complexada, tem um marido muito simpático e uma menina linda de 3 anos que já vai fazendo parte do mundo do silência de sua linda mãe.
Gosto de falar com ela, nos entendemos rimos até, e eu dou comigo a pensar, "como será seu mundo"?
Encontrei o meu misterioso "homem da secreta" que por vezes lia o jornal de pernas para o ar, achei que está mudado, não admira eu também mudei, pelo menos ele não deixava de me mirar por baixo do jornal...
Depois vim para a Mansão e enquanto escrevia ouvia Pedro Barroso, aquela voz linda de homem tremendamente parvo e antipático que tem a mania que os "cágados dormem de pé"!
Estive na cama até bem tarde, estava tão quentinha...
Me lembro da minha casa de campo cheinha de tabuínhas tal como a casa da Mariquinhas...
Aqui é bem diferente, varias vezes ao dia, subo a Rua Agusta, e vou descer na Calçada da Graça, o que não tem graça nenhuma, por vezes até alguns contratempos, ontem por exemplo ao descer a rua Agusta com uma caixa de sopa na mão, vai que esta escorrega e lá se me vai quase metade da sopa... furiosa só via era bocadinhos de feijão verde e cenoura, desci até ao Cais do Sudré peguei na pá e vassoura para apanhar aqueles malditos bocados. Depois só faltava passar com um pouco de água, ai é que foram o elas, ao expremer a esfregona não é que aquela porcaria se parte e entorna toda a água pelo chão?! Acho que mudei de cor, tivemos de acender o fogão de lenha para ajudar a secar, porém era um daqueles dias, e começou deitando uma fumarada que tivemos de abrir as janelas, bolas a casa já estava quentinha, já me deitei tardissimo quase dormia no pc.
E pronto por agora estou na Ala de cima, olhando mas nada de jeito que se veja.
Defenitivamente não gosto do domingo.
São Percheiro