29/11/2010
A capacidade do porto de Maputo poderá crescer das actuais 10 milhões de toneladas/ano para 48 milhões até 2025, disse à Agência Lusa, em Joanesburgo, a directora executiva da Iniciativa de Logística do Corredor de Maputo (MCLI, no original).
Brenda Horne anunciou também estar prestes a entrar em funcionamento o novo posto fronteiriço de uma só paragem entre a África do Sul e Moçambique em Komatipoort/Ressano Garcia, e que será usado fundamentalmente por autocarros e táxis colectivos com enormes poupanças de tempo na travessia entre os dois países.
A MCLI, que é uma parceria entre os sectores público e privado, tem por missão melhorar a eficácia logística nas principais rotas regionais, focando a sua atenção em estradas, postos fronteiriços e outras infra-estruturas que permitam uma circulação mais rápida de pessoas e mercadorias na zona da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Aquela responsável afirmou que o posto fronteiriço de uma só paragem para a indústria de logística (transporte de mercadorias), que já entrou em funcionamento no início do ano, tem proporcionado significativas poupanças de tempo de viagem aos operadores que, em número crescente, utilizam o porto da capital moçambicana para escoar as suas exportações e importações em detrimento de portos nacionais.
"Camiões equipados com sistemas de localização por satélite permitiram-nos calcular que a viagem entre a fronteira e o porto, o descarregamento e o regresso demoram agora cerca de cinco horas, o que é fantástico se compararmos com as dez horas que eram necessárias anteriormente, permitindo descongestionar substancialmente a fronteira", salientou Brenda Horne.
Na mesma linha, a empresa tem planos, em conjunto com os concessionários e autoridades envolvidas, para aumentar os volumes de mercadorias manuseados no porto de Maputo das actuais 10 milhões de toneladas para as 48 milhões de toneladas/ano nos próximos 15 anos, disse aquela responsável.
Outro projecto em que a Iniciativa de Logística do Corredor de Maputo está já a trabalhar é o "Corredor Norte-Sul", que liga seis países a norte da África do Sul e que poderá ser dotado de infra-estruturas semelhantes às do Corredor de Maputo com ganhos importantes para as trocas comerciais na região.
Horne recordou que o presidente sul-africano, Jacob Zuma, assinou recentemente em Kampala um memorando de entendimento com os países envolvidos no sentido de desenvolver o Corredor Norte-Sul, mas que pela frente existem ainda alguns desafios a vencer, designadamente o financiamento, que poderá envolver o Banco Mundial e outras instituições. http://www.radiomocambique.com/rm/noticias/anmviewer.asp?a=6201&z=100 |